Homem-bomba mata ao menos 32 pessoas e fere 147 em mesquita no Paquistão
Atentado ocorreu em complexo que abriga sede da polícia e departamento de contraterrorismo de Peshawar
Uma atentado suicida a uma mesquita nesta segunda-feira (30) matou ao menos 32 pessoas e feriu outras 147 em Peshawar, norte do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão.
O local sagrado estava situado dentro de complexo que inclui a sede da polícia e do departamento de contraterrorismo da província —de acordo com as autoridades, muitas das vítimas eram policiais reunidos para as preces do meio-dia (4h no horário de Brasília).
Os oficiais afirmam que havia ao menos 260 pessoas na mesquita àquela altura. O choque da explosão levou uma das paredes do edifício a colapsar e soterrar vários dos presentes. Filmagens da emissora estatal PTV mostram a polícia e residentes locais lutando para remover destroços do local da explosão e carregando feridos sobre os ombros.
Ninguém reivindicou a autoria do ataque, causado por um homem-bomba de acordo com o chefe de polícia de Peshawar, Ijaz Kahn. Em entrevista à Geo TV, o ministro da Defesa, Khawaja Asif, afirmou que acredita-se que o terrorista em questão estava de pé na primeira fila durante as preces.
Ao se pronunciar sobre o caso, o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, instruiu os apoiadores de seu partido, Liga Muçulmana, a doar sangue “para salvar as vidas dos feridos”.
Este é o segundo atentado a uma mesquita em Peshawar em menos de um ano. Em março do ano passado, o EI-K, braço local do grupo extremista Estado Islâmico, assumiu a responsabilidade por um ataque suicida que deixou 64 mortos, o mais grave registrado no Paquistão desde 2018.
O país tem enfrentado um agravamento da situação de segurança desde que o Talibã retomou o poder no vizinho Afeganistão, em agosto de 2021. Após vários anos de relativa estabilidade, o braço paquistanês dos talibãs, Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), o EI-K e grupos separatistas baluches voltaram a executar atentados.
O Paquistão critica o Talibã por permitir que estes grupos utilizem seu território para planejar os ataques, algo que as autoridades afegãs negam.