Investigado por corrupção em Israel, Netanyahu é condecorado por Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) concedeu a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul ao primeiro-ministro de Israel,…
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) concedeu a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul ao primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que vive momento político conturbado em seu país e teve indiciamento por corrupção recomendado pela polícia local à Justiça. A condecoração é uma prerrogativa do presidente e sua concessão é feita por meio de decreto.
Embora a grã-cruz tenha sido entregue a Netanyahu no Rio de Janeiro, durante visita do primeiro-ministro ao Brasil em dezembro, antes da posse de Bolsonaro, a publicação do decreto só saiu nesta sexta-feira (18) no Diário Oficial da União. A condecoração foi criada nos tempos do Império, por dom Pedro 1º e suspensa em 1891, já no período republicano. Getúlio Vargas foi quem a retomou em 1932. Trata-se da mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros.
Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro promete aproximar-se de Israel. Ele já afirmou, inclusive, que quer transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo do que fez o presidente americano, Donald Trump.
Netanyahu visitou o Brasil no fim de dezembro e foi uma das autoridades estrangeiras a comparecer na posse presidencial, no dia 1º de janeiro. É esperada uma visita de Bolsonaro a Israel, mas a viagem não tem data marcada.
Reconhecido pelo presidente brasileiro, Netanyahu lida com cenário político conturbado em Israel, que culminou com a dissolução do Parlamento e a antecipação das eleições gerais de novembro para abril de 2019. O premiê israelense está, ainda, sob risco de ser indiciado por suborno, fraude e corrupção em caso que envolve a empresa de telecomunicações Bezeq, conforme foi recomendado pelo polícia do país à Procuradoria no início de dezembro do ano passado. O primeiro-ministro nega as acusações.
O procurador-geral israelense, Avichai Mandelbilt, ainda não decidiu se irá formalizar a acusação antes do pleito eleitoral, no qual Netanyahu tentará novo mandato.