Israel sofre primeiras baixas no ataque contra o Hezbollah
Oito soldados de elite de Israel morreram no Líbano em circunstâncias ainda não claras
(Folhapress) Israel sofreu as primeiras baixas na sua invasão terrestre contra o grupo Hezbollah no sul do Líbano nesta quarta-feira (2), mesmo dia em que começou a enviar forças regulares para engrossar a operação. Ao menos oito soldados de unidades de elite morreram em locais não revelados.
As mortes ocorreram enquanto o Oriente Médio se prepara para a reação israelense ao ataque que o Estado judeu sofreu na terça-feira (1º), quando o Irã, patrocinador dos extremistas libaneses, lançou quase 200 mísseis balísticos contra alvos militares no país.
Teerã havia dito mais cedo nesta quarta que finalizou os trabalhos, que visavam vingar a morte de dois importantes aliados, os líderes do Hamas e do Hezbollah, em ações israelenses nos dois últimos meses. Mas advertiu Tel Aviv que reagiria se houver uma réplica.
Ela virá, não há dúvida —vide a fala de autoridades como o premiê Binyamin Netanyahu— restando saber se na jugular do regime, seu estimado programa nuclear, ou no bolso, a indústria petrolífera do país. A mídia israelense especula que a decisão, a ser coordenada com os Estados Unidos, pode ser tomada a qualquer momento.
A chancelaria iraniana, ciente dos rumores, voltou a dizer que não tem interesse numa guerra ainda mais ampla —embora o nível atingido a essa altura já seja o de um conflito regional incipiente.
Enquanto isso, Tel Aviv anunciou ter enviado elementos de batalhões de infantaria para o norte israelense, tirando o caráter de incursões com forças especiais da operação que começou na segunda (30), três dias depois de ter explodido o bunker em que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, estava escondido em Beirute.
Embora não tenha divulgado detalhes do que ocorreu, as oito mortes envolvem unidades como o Batalhão Golani, uma das forças mais capazes e experiente do Exército israelense. Isso sugere que eles estavam envolvidos nas operações precursoras contra o Hezbollah.
Os extremistas, que desde o ataque terrorista do Hamas ao redor da Faixa de Gaza há 360 dias apoiavam a guerra dos aliados com ataques transfronteiriços, afirmaram nesta quarta estarem envolvidos em combates duros contra os rivais.
Israel também continuou com sua ação aérea, que nas duas últimas semanas reduziu de forma significativa a capacidade de lançamento de mísseis e foguetes do Hezbollah. O Exército fala em 50% de degradação, mas isso não é possível de ser verificado e, se for verdade, ainda deixa um enorme arsenal de talvez 80 mil armamentos na mão dos libaneses.
Eles provaram sua capacidade nesta quarta lançando as usuais ondas de foguetes de menor precisão no norte israelense. A barragem foi particularmente pesada sobre o porto de Haifa, mas não houve feridos relatados.
Por sua vez, Tel Aviv bombardeou novamente Beirute e pontos do sul libanês, aumentando a pressão internacional contra sua ação, que desde o ano passado já matou 1.900 pessoas e deixou 1 milhão de deslocados internos, segundo o governo local —que, impotente, assiste sem ter muito o que fazer o Hezbollah lutar.
Nos EUA, o presidente Joe Biden afirmou que o país permanece “ao lado de Israel”. Ao menos três de seus destróieres no mar Vermelho participaram da interceptação dos mísseis iranianos na terça. A Jordânia também abateu um número incerto, enquanto França e Reino Unido disseram ter participado da ação, mas sem disparar tiros.