Itália abre investigação por homicídio culposo após naufrágio de iate mega luxuoso
Embarcação transportava 22 pessoas (10 tripulantes e 12 passageiros) e foi atingida por uma tromba d'água de madrugada
(O Globo) A procuradoria da Sicília, na Itália, anunciou no sábado uma investigação por possíveis crimes de naufrágio negligente e homicídio culposo após o afundamento, em suas costas, de um luxuoso iate que resultou na morte de sete pessoas, incluindo o magnata britânico Mike Lynch.
O superiate “Bayesian”, de bandeira britânica, afundou em questão de minutos na segunda-feira passada, a cerca de 700 metros do porto de Porticello, próximo a Palermo, após ser atingido por uma tromba d’água provocada por um fenômeno de gota fria.
“A procuradoria de Termini Imerese abriu um processo contra pessoas desconhecidas por possíveis crimes de naufrágio negligente e homicídio múltiplo por negligência”, declarou à imprensa o promotor Ambrogio Cartosio.
Ele advertiu, no entanto, que a investigação está em fase inicial, uma vez que o último corpo, o de Hannah Lynch, filha de 18 anos do magnata da tecnologia, só foi retirado do mar na sexta-feira.
“Nesta fase, justamente porque a investigação pode evoluir de uma maneira ou de outra, não descartamos absolutamente nada”, esclareceu.
Lynch, de 59 anos, havia convidado amigos e familiares para o barco para celebrar sua recente absolvição em um caso de fraude em larga escala nos Estados Unidos.
Um tribunal de San Francisco o absolveu em junho de todas as acusações que pesavam contra ele, relacionadas a uma fraude de 11 bilhões de dólares na venda de sua empresa Autonomy ao grupo Hewlett-Packard.
Seu iate de luxo, com 56 metros de comprimento, foi atingido por uma tromba d’água na madrugada de segunda-feira, quando estava ancorado em frente a Porticello.
Quinze pessoas foram resgatadas e, logo em seguida, foi encontrado o corpo de um homem, que no sábado foi confirmado como sendo o cozinheiro do barco.
Uma grande operação de busca com mergulhadores especializados encontrou na quarta-feira os corpos de quatro amigos de Lynch e na quinta-feira, o próprio Lynch.
A rapidez com que o iate afundou e o fato de que as outras embarcações ao redor não foram afetadas levantaram dúvidas, principalmente sobre se a quilha lastreada, que atuava como contrapeso do imponente mastro de 75 metros, estava abaixada ou levantada no momento da tempestade.
Em entrevista ao jornal italiano *Corriere della Sera*, o chefe do The Italian Sea Group, proprietário do estaleiro Perini Navi que construiu o “Bayesian”, apontou para um erro humano.