Japão começa a lançar água radioativa no oceano

Ação teve início apesar dos protestos de países vizinhos, ambientalistas e de pescadores

Nesta quinta-feira (24), o Japão começou a lançar no oceano água com resíduos radioativos tratados da usina nuclear de Fukushima. De acordo com informações divulgadas pela Tokyo Electric Power (Tepco), esse plano já havia sido anunciado no início da semana e recebeu aprovação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), além de ser uma decisão governamental.

A operação está ocorrendo apesar dos protestos de países vizinhos, da sociedade civil, de ambientalistas e de pescadores locais. A justificativa para o lançamento é que os mais de mil reservatórios no local do desastre de 2011 estão atualmente armazenando 1,34 milhões de toneladas de água tratada e a previsão é que atinjam sua capacidade máxima até 2024.

Conforme explicado pelo governo japonês, a água radioativa será diluída com água do mar para atender aos limites de segurança japoneses e, em seguida, será descarregada por meio de um túnel submarino situado a um quilômetro da área de Fukushima. A Tepco planeja monitorar de perto as águas próximas à central e divulgar os dados obtidos.

A AIEA afirmou que a ação está em conformidade com os padrões globais de segurança e que terá um impacto mínimo sobre as pessoas e o meio ambiente, com os níveis de radiação muito abaixo dos limites permitidos.

No entanto, a China não concordou com esse veredito e anunciou o bloqueio das importações de frutos do mar de 10 regiões japonesas, além de implementar testes de radiação em larga escala para produtos japoneses. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, pediu à China que remova imediatamente o embargo.

O governo sul-coreano, por sua vez, afirmou respeitar a posição da AIEA, mas também levar em consideração as preocupações contínuas do público. Houve até mesmo protestos em Seul, onde mais de 10 pessoas foram presas após tentarem invadir a embaixada japonesa em protesto contra a medida.

A Coreia do Norte também se manifestou, com seu chanceler pedindo que o Japão “interrompa imediatamente o lançamento” das águas radioativas tratadas.

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