Joe Biden anuncia senadora negra Kamala Harris como candidata a vice

Depois de semanas de suspense, o candidato democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, confirmou o nome da senadora negra Kamala Harris como sua companheira de chapa na disputa com Donald Trump pelo controle da Casa Branca pelos próximos quatro anos.

Em publicação no Twitter, Biden afirma ter a “grande honra de ter escolhido Kamala Harris, uma lutadora destemida pelos pequenos e uma das melhores servidoras públicas do país” como sua companheira de chapa.

Biden recorda que Harris trabalhou com seu filho, Beau, na Procuradoria-Geral da Califórnia, e como observou de perto seu trabalho. A senadora ainda não se pronunciou.

Senadora pela Califórnia e uma das principais políticas negras no Congresso, Kamala Harris chegou a demonstrar força nos momentos iniciais da disputa democrata pela indicação à Presidência, com ataques contundentes contra Biden. Contudo, sua campanha chegou ao fim mesmo antes das primárias iniciais, e apenas em março, depois da desistência da senadora Elizabeth Warren, endossou a candidatura de Joe Biden como o nome democrata. Como congressista, defendeu reformas no sistema policial dos EUA, com foco no racismo sistêmico dentro das forças de segurança. Por outro lado, suas ações vistas como lenientes em casos de violência policial são levantadas com certa frequência por ativistas do movimento negro.

A informação foi divulgada em um comunicado simples, sem discursos ou declarações públicas, e veio seis dias antes do início da convenção nacional democrata, na segunda-feira. Um evento que será extremamente reduzido por conta da pandemia do novo coronavírus, mas que tentará ser um ponto de união dentro do Partido Democrata: afinal, poucos querem repetir a divisão extrema da campanha de 2016, quando a disputa entre Hillary Clinton e Bernie Sanders se arrastou até a convenção, algo que é visto como um dos vários fatores determinantes para a derrota para Trump.

Sanders, por sinal, fará um dos discursos no primeiro dia da convenção, que também terá as palavras dos ex-presidentes Barack Obama e Hillary Clinton, de lideranças partidárias, como a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer. Uma presença interessante será a do ex-governador de Ohio, o republicano John Kasich, que travou uma violenta disputa com Donald Trump nas primárias de 2016. Hoje, ele representa uma parcela do partido que apoia abertamente Joe Biden.