Juiz libera da prisão ex-advogado de Trump por considerar que ele foi perseguido
Michael Cohen estaria sofrendo retaliações por planejar a publicação de um livro sobre o presidente
A Justiça dos EUA decidiu soltar o ex-advogado do presidente Donald Trump, Michael Cohen, nesta quinta-feira. Cohen já havia sido liberado da prisão em 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus, mas teve que retornar à detenção. Desta vez, um juiz decidiu soltá-lo porque, segundo o magistrado, o advogado só estaria preso por causa de uma suposta retaliação a um futuro livro que Cohen publicaria sobre Trump.
Cohen se declarou culpado em 2018 por não declarar pagamentos à atriz pornô Stephanie Clifford, conhecida como Stormy Daniels, e à Karen McDougal, como gastos de campanha. À época, elas foram pagas com o objetivo de encobrir relacionamentos que tiveram com o atual presidente quando ele já era casado com a atual primeira-dama, Melania.
O juiz distrital dos EUA Alvin K. Hellerstein, em Manhattan, ordenou, nesta quinta-feira, que os EUA libertassem Cohen até sexta-feira às 14h.
Hellerstein rejeitou a alegação do governo de que Cohen havia retornado à prisão porque se recusou a assinar o acordo. Segundo o juiz, Cohen e seu advogado não fizeram nada de errado ao questionar as disposições e procurar negociar termos mais favoráveis.
“Nos 21 anos em que fui juiz e sentenciei pessoas, analisando os termos da liberação supervisionada, nunca vi essa cláusula”, disse Hellerstein. De acordo com ele, a cláusula teve o efeito claro de dizer a Cohen para “não sair da linha ou vamos mandar você para a cadeia e o chamaremos de intransigente”.
Ainda segundo o juiz, Cohen retornou à prisão em meio a uma retaliação por ele ter recusado a condição de não publicar um livro sobre Trump enquanto cumpria seus três anos de prisão domiciliar.