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Mais de 14 mil crianças morreram em Gaza desde o início da guerra, diz Unicef

28 crianças morreram de desnutrição e desidratação até 1º de abril

União entre Hamas e Fatah é resposta a genocídio, diz embaixador (Foto: ONU)

Cerca de 14.500 menores foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas. A informação é de Catherine Russell, Diretora Executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Crianças e os adolescentes representam quase 44% dos mais de 33 mil mortos até agora.

Segundo The World Factbook, da Agência Central de Inteligência (CIA) americana, Gaza é lar de pouco mais de um milhão de crianças e adolescentes. Eles são quase metade (47%) do total de 2,2 milhões de habitantes, e a taxa de fecundidade é de 3,38 filhos por mulher. O Unicef estima que, até fevereiro, foram registrados mais de 26 mil nascimentos desde o início do conflito.

Para o jornal O Globo, o porta-voz da Unicef Ricardo Pires disse que o conflito é uma guerra contra as crianças de Gaza. “Elas são a maioria, as mais vulneráveis, as que estão mais expostas às consequências dessa guerra”, destacou.

Ricardo observa que a predominância de menores de idade entre as principais vítimas não é apenas condicional (mais crianças e adolescentes → mais mortos), mas também uma consequência das “circunstâncias às quais estão expostas”, um “combo” que transformou Gaza em um terreno mortal para eles.

A fome é iminente, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e 28 crianças morreram de desnutrição e desidratação até 1º de abril, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Os palestinos representam atualmente 80% de todas as pessoas que enfrentam a fome grave no mundo, e pelo menos 50,4 mil crianças com menos de 5 anos sofrem de desnutrição no norte do enclave. Dos 36 hospitais de Gaza, apenas dez estão operando parcialmente.

São também seis meses sem estudar: pelo menos 53 escolas foram destruídas desde o início da guerra e, desde fevereiro, foi registrado um aumento de quase 9% nos ataques contra esses edifícios.

Crianças e adolescentes também são mais vulneráveis fisicamente, principalmente por serem menores, pontuou o porta-voz da Unicef. “Quando se trata de armas de guerra, como bombas e explosões, é mais provável que sejam, e isso é horrível de falar, arremessadas mais longe e com mais força, o que causa mais impacto em seus corpos”.

As crianças também são mais suscetíveis à perda de sangue, lesões cerebrais traumáticas, concussões, danos às células nervosas e perda de audição. Devido à composição diferente dos órgãos e tecidos, as lesões causadas nos primeiros anos de vida podem ainda “afetar seu crescimento e desenvolvimento posteriores”. Desde o início do conflito até janeiro, mais de dez crianças perderam uma ou até as duas pernas em Gaza por dia.

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*Com informações do O Globo