Médicos recebem autorização para tratar insônia com aplicativos de celular
Aval foi concedido no Reino Unido; produto é mais eficaz na redução da insônia do que pílulas para dormir, segundo as autoridades de saúde
O Reino Unido liberou seus médicos para tratar a insônia com um aplicativo de celular em vez de pílulas para dormir. As novas diretrizes emitidas pelo Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (Nice) devem atingir cerca de 800 mil pacientes com dificuldades para dormir.
De acordo com o Nice, a medida impedirá que as pessoas se tornem viciadas em drogas fortes. Espera-se também que o aplicativo, descrito como uma “pílula para dormir digital”, economize dinheiro do Serviço Nacional de Saúde (NHS) devido à redução de consultas médicas e de prescrição de remédios.
O Sleepio usa um algoritmo de inteligência artificial para fornecer às pessoas uma terapia cognitivo-comportamental digital personalizada. Essas sessões identificam pensamentos, sentimentos e comportamentos que impedem as pessoas de dormir e promovem uma rotina de sono saudável.
O aplicativo também disponibiliza para seus usuários conteúdos especializados, ferramentas online e a possibilidade de conversar com outros usuários para obter suporte.
A um custo de 45 libras (cerca de R$ 273) por assinatura, o programa foi projetado para ser concluído em seis semanas, mas as pessoas têm acesso total a ele por 12 meses a partir da inscrição, para que possam concluí-lo em seu próprio ritmo e revisitar as sessões.
De acordo com 12 estudos randomizados, examinados pelo Nice, o aplicativo é mais eficaz na redução da insônia do que pílulas para dormir. Uma análise dos custos em nove consultórios de clínica geral na Inglaterra, onde o aplicativo foi testado por um ano, mostrou uma economia ao NHS de 90 libras (cerca de R$ 546) por paciente ao longo de três anos.