INVESTIGAÇÃO

Migrantes mortos em caminhão nos EUA tinham tempero de carne pelo corpo para disfarçar cheiro

Migrantes encontrados mortos dentro de um caminhão no estado americano do Texas na segunda-feira (27) tinham…

Migrantes encontrados mortos dentro de um caminhão no estado americano do Texas na segunda-feira (27) tinham tempero de carne espalhados pelo corpo, numa tentativa de disfarçar o próprio cheiro. A informação foi confirmada por agentes de segurança ao jornal Texas Tribune.

Conforme as autoridades, a suspeita é de que os traficantes responsáveis pelo transporte do grupo haviam imaginado que, como a unidade não tinha refrigeração e o Sul dos EUA registrava forte calor, eles poderiam exalar um odor que seria facilmente detectável em alguma patrulha na fronteira.

O caminhão abandonado numa estrada próxima da cidade de San Antonio foi encontrado com uma porta parcialmente aberta pelos policiais e um corpo estava fora do veículo. O chefe dos bombeiros da cidade, Charles Hood, disse que muitos sobreviventes estavam fracos demais para sair do local por conta própria.

Nesta quarta-feira (29), as autoridades mexicanas aumentaram de 22 para 27 o número de compatriotas mortos no caminhão. Segundo o chefe do Instituto Nacional de Migração (INM), Francisco Garduño, foram identificados também 14 hondurenhos, sete guatemaltecos e dois salvadorenhos entre as vítimas. Um corpo permanece sem identificação. Ainda segundo as autoridades mexicanas, 67 migrantes viajavam no veículo. Ao todo, 16 sobreviveram.

Três homens envolvidos na tragédia foram presos por autoridades dos Estados Unidos. O motorista foi identificado como Homero Zamorano, de 45 anos, que tentou se passar como um dos sobreviventes, segundo Garduño.

O veículo usava a placa de uma empresa americana de Alamo, Texas, que negou que fosse de sua propriedade. A suspeita é de que a identificação tenha sido clonada e que o caminhão foi pintado para parecer com os da companhia.

O INM, a Procuradoria-Geral e a Chancelaria mexicana estabeleceram uma “mesa de coordenação” para colaborar com as autoridades americanas na investigação.

Nos EUA, o Serviço de Imigração e Alfândega (Ice) disse que sua divisão de Investigações de Segurança Interna assumiu o caso.