Assédio

Modelos se unem para criar um código contra o assédio no meio de trabalho

Pessoas especializadas serão responsáveis por monitorar trabalhos e as tops terão meios seguros e confidenciais de denunciar seus empregadores.

Depois de inúmeros modelos (homens e mulheres) relatarem casos de assédio durante o trabalho, denunciando principalmente grandes fotógrafos de moda, como Mario Testino e Bruce Weber, a organização não-lucrativa Model Alliance, que luta pelo direito dos modelos nos Estados Unidos, lançou um código de conduta para proteger os profissionais da categoria.

“Todas as empresas de nosso setor dizem detestar o assédio sexual e que querem manter seguros os trabalhadores”, diz a carta aberta publicada no site do Respect Program e endereçada aos membros da indústria da moda. “Acreditamos que, se uma empresa leva a sério a nossa proteção, ela está disposta a ir além de meras premissas. Juntos, poderemos criar um ambiente de trabalho no qual a colaboração e a criatividade floresçam, no qual ninguém tema ser assediado, abusado, discriminado ou violentado.”

O texto leva a assinatura de mais de 100 modelos, entre elas estão Doutzen Kroes, Milla Jovovich e Edie Campbell.

O programa também irá trabalhar com cursos para que profissionais ofereçam um ambiente de trabalho saudável para as modelos, não só focando no assédio sexual, mas também em saúde, bem-estar, distúrbios alimentares e abuso de substâncias tóxicas

Pessoas especializadas serão responsáveis por monitorar trabalhos e as tops terão meios seguros e confidenciais de denunciar seus empregadores.

“Em caso de violações do nosso código de conduta por parte de um fotógrafo ou de qualquer outro prestador de serviço, iremos pedir que editoras e marcas não trabalhem mais com estes indivíduos”, continua o texto. “Grifes e publicações participantes do acordo darão preferência para trabalhar com outros membros do Programa.”

Nas próximas semanas, a ex-modelo e fundadora da Model Alliance, Sara Ziff, irá visitar as principais editoras e marcas de luxo para apresentar o projeto e pedir apoio. “Demitir um ou outro abusador não é o bastante. Para acabar com o assédio é preciso de uma ação mais abrangente”, disse.