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Musk diz que paciente que recebeu chip cerebral controlou mouse com o pensamento

Dono da Neuralink afirma que próximo passo é fazer a pessoa dar o máximo de cliques possíveis no aparelho

O dono e fundador da Neuralink, Elon Musk, afirmou nessa segunda-feira (19) que o primeiro paciente humano que recebeu um implante cerebral de um chip da empresa conseguiu controlar um mouse usando apenas os seus pensamentos.

Agora, a Neuralink está trabalhando para que o paciente consiga realizar o maior número possível de cliques de botão no mouse. A empresa implantou com sucesso o chip em seu primeiro paciente humano em janeiro deste ano, após obter aprovação para testar o equipamento em humanos em setembro de 2023.

O estudo utiliza uma técnica de interface chamada cérebro-máquina para colocar cirurgicamente um implante em uma região do cérebro que controla a intenção de movimento. O objetivo inicial é permitir que as pessoas controlem um cursor ou teclado de computador por meio de seus pensamentos.

Elon Musk tem grandes planos para a Neuralink, incluindo o uso de seus dispositivos de chip para tratar condições como obesidade, autismo, depressão e esquizofrenia.

No entanto, a empresa enfrenta críticas sobre seus protocolos de segurança e a validade de sua inovação. O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, por exemplo, argumenta que a vasta maioria dos casos de paralisia pode ser tratada com interfaces não invasivas, como aquelas que ele desenvolveu nos últimos anos. Ele critica a abordagem da Neuralink, afirmando que eles estão exagerando e que sua invenção não traz avanços significativos.

Nicolelis é conhecido por seu trabalho com exoesqueletos, que auxiliam na mobilidade de pessoas com paraplegia ou tetraplegia. Ele e sua equipe têm focado em ajudar as pessoas a recuperarem a mobilidade usando essa tecnologia, enquanto a empresa de Elon Musk se concentra em interfaces cérebro-máquina invasivas.

Vale lembrar que a tecnologia da Neuralink tem inspiração nos estudos sobre a interface cérebro-máquina do próprio Miguel Nicolelis, que conseguiu ligar o cérebro de macacos do gênero Rhesus a computadores.

Durante a abertura da Copa de 2014, na capital paulista, um cadeirante conseguiu chutar uma bola na Neo Química Arena, em Itaquera, com o auxílio de um equipamento desenvolvido por Nicolelis.

Não se sabe a que tamanho de amostra a FDA permitiu nos estudos da Neuralink. De acordo com a agência Reuters, a startup de Musk planejava iniciar os trabalhos com dez pessoas.

A Neuralink levantou US$ 323 milhões (R$ 1,59 bilhão) em duas rodadas de investimento realizadas no segundo semestre do ano passado.

*Com informações da Folha de São Paulo