Musk volta a atacar Moraes e cogita sanções a ministro do STF
Manifestação de Elon Musk foi feita após magistrado associar big techs ao fascismo

(Folhapress) Elon Musk, dono do X e integrante do governo de Donald Trump, voltou a atacar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes nas redes sociais, sugerindo sanções dos EUA ao magistrado.
“Moraes não é dono de propriedades na América?” perguntou Musk na rede social. A manifestação do bilionário veio em resposta a uma postagem feita por outro usuário, que fez referência a uma fala do ministro nesta segunda-feira (24), quando Moraes associou as redes sociais ao fascismo.
A fala do magistrado ocorreu durante discurso a alunos de direito da USP (Universidade de São Paulo).
Moraes afirmou que as big techs não são neutras, mas instrumento de grupos econômicos “que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, ignorando a soberania nacional de cada país, ignorando legislações, para terem poder e lucro”.
Em outra manifestação, o bilionário insinuou, sem nenhum indício ou evidência, que Moraes estaria “tentando esconder seus bens”. O comentário foi uma resposta a outra publicação, que sugeria que o ministro tirou seu dinheiro dos EUA.
Moraes tem enfrentado uma série de embates com o bilionário desde que aplicou sanções ao X depois de a empresa desrespeitar ordens judiciais no Brasil.
O magistrado também é alvo da direita radical, à qual Musk se alinha, por ter, como relator no Supremo, papel de destaque nas investigações sobre uma tentativa de golpe de estado ocorrida em 2022 para garantir que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficasse no poder mesmo após ter perdido as eleições para o presidente Lula (PT).
Recentemente, a plataforma de vídeos Rumble e uma empresa de mídia de Donald Trump moveram ação contra Moraes nos EUA em razão de pedido para que a plataforma feche a conta do influenciador bolsonarista Allan dos Santos. As empresas foram à Justiça para solicitar que as ordens do ministro sejam declaradas ilegais.
No domingo (23), as empresas pediram uma liminar —decisão de cumprimento imediato e temporário— contra o magistrado. Elas alegam que o cumprimento das ordens de Moraes podem trazer “danos irreparáveis” às plataformas.
Allan dos Santos é considerado foragido pela Justiça brasileira desde que foi ordenada sua prisão preventiva em 2021, no inquérito de fake news, relatado por Moraes.