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Nitrogênio deve ser usado hoje em execução nos EUA, que aplicam pena de morte por injeção, gás letal e fuzilamento; entenda

Kenneth Smith deverá ser morto por asfixia nesta quinta-feira

Condenado à morte por assassinar uma mulher nos Estados Unidos em 1988, Kenneth Smith deverá ser executado nesta quinta-feira. Ele, que sobreviveu à tentativa de execução por injeção letal em 2022, agora será asfixiado com nitrogênio. Embora as mortes por gás letal sejam autorizadas no país, é a primeira vez que o nitrogênio será usado para executar um prisioneiro. Se tudo seguir como programado, Smith também será a primeira pessoa a ser morta por gás nos EUA em 25 anos. Desde 1976, apenas 11 casos foram registrados.

Nos EUA, a injeção letal ainda é o método de execução mais utilizado, embora nos últimos anos tenha ficado mais difícil conseguir drogas para essas ocasiões. Por isso, outras maneiras também são usadas no país: a cadeira elétrica, o enforcamento, o pelotão de fuzilamento e o gás letal. A Suprema Corte nunca considerou um desses métodos inconstitucionais, mas alguns tribunais estaduais já se manifestaram contra.

Conheça, abaixo, quais são os métodos de execução adotados pelos Estados Unidos e saiba em quais estados eles são autorizados.

Injeção letal

  • Número de execuções: 1402
  • Estados que autorizam: 28

Em 1977, Oklahoma passou a ser o primeiro estado a adotar a injeção letal como meio de execução. Mas foi só cinco anos mais tarde, em 1982, que Charles Brooks tornou-se a primeira pessoa a ser executada por esse método. Hoje, todos os estados com pena de morte autorizam a execução via injeção letal. Quando ele é usado, o condenado geralmente é amarrado a uma maca, mas o processo difere em cada estado.

A ética médica impede que médicos participem de execuções. No entanto, após o procedimento, um médico certifica que o prisioneiro está morto. Segundo o Centro de Informação sobre a Pena de Morte (DPIC), a falta de participação médica pode ser um problema. Caso a equipe de execução injete as drogas em um músculo em vez de uma veia, ou se a agulha ficar obstruída, pode resultar em dor extrema.

Em 2022, Smith, 58, sobreviveu à tentativa de execução por injeção após passar horas amarrado a uma maca enquanto profissionais tentavam encontrar uma veia para aplicar a dose. Os funcionários suspenderam a operação à meia-noite, quando a sentença do Estado expirou.

Eletrocussão

  • Número de execuções: 163 (desde 1976)
  • Estados que autorizam: 8

Foi buscando um método de execução mais “humano” do que o enforcamento que Nova York construiu a primeira cadeira elétrica em 1888. Dois anos depois, William Kemmler foi executado dessa maneira. Atualmente, a eletrocussão não é usada como único método em nenhum estado americano. Nesses casos, a pessoa é raspada e amarrada a uma cadeira com cintos que cruzam seu peito, virilha, pernas e braços.

Câmara de Gás

  • Número de execuções: 11 (desde 1976)
  • Estados que autorizam: 7

Também em busca de uma maneira mais “humanitária” de executar prisioneiros condenados, em 1924 o uso de gás cianídrico foi introduzido por Nevada. Gee Jon, um jovem imigrante chinês acusado de assassinar um homem, foi a primeira pessoa a ser executada por gás letal. Ele foi amarrado a uma cadeira e agonizou por cerca de seis minutos antes de morrer. Espectadores saíram do local com medo de envenenamento.

Defensores do método descreveram a morte por gás cianídrico como “indolor”. O gás era administrado em concentrações mais altas do que nos ataques em campos da Primeira Guerra Mundial. Idealmente, os prisioneiros respirariam o gás enquanto dormiam nas celas. Autoridades determinaram, no entanto, que essa ideia era impraticável. Com isso, desenvolveram a câmara.

Hoje, cinco estados autorizam o gás letal como método, que já foi considerado por um tribunal da Califórnia como “um castigo cruel”. Nesses casos, a pessoa condenada é amarrada a uma cadeira e instruída a respirar profundamente. Caryl Chessman, condenado por vários crimes em 1960, disse a jornalistas que inclinaria a cabeça se o método doesse – algo que testemunhas afirmam que ele fez por vários minutos.

Em vez de ficar em uma câmara selada e cheia de gás, porém, Smith deverá respirar o gás nitrogênio por meio de uma máscara facial industrial. Apesar disso, especialistas indicam que há bastante margem para erro, e que a morte pode não vir instantânea ou facilmente. Ao Washington Post, a historiadora e especialista em pena de morte Deborah Denno disse que esse é “o pior método de execução”.

– O detento está consciente do que está acontecendo, e o tormento é óbvio – declarou.

Pelotão de fuzilamento

  • Número de execuções: 3 (desde 1976)
  • Estados que autorizam: 5

Em março de 2015, o pelotão de fuzilamento foi autorizado novamente em Utah como método viável de execução, mas apenas se o estado não conseguisse obter os medicamentos necessários para a injeção letal. Antes, o fuzilamento só era realizado em Utah caso o prisioneiro escolhesse. Mississippi, Oklahoma e Carolina do Sul posteriormente autorizaram o pelotão de fuzilamento como método alternativo.

O caso mais recente foi o de Ronnie Gardner. Por escolha própria, ele foi morto por um pelotão de fuzilamento no estado em 2010. Nessas situações, o prisioneiro costuma ser amarrado a uma cadeira com cintos ao redor da cintura e cabeça. Um capuz preto é puxado sobre a cabeça do preso. Ainda segundo o DPIC, caso os atiradores errem o coração, por acidente ou intenção, o condenado morre por perda de sangue.

Enforcamento

  • Número de execuções: 3 (desde 1976)
  • Estados que autorizam: 1 (New Hampshire aboliu a pena de morte, mas a revogação pode não ser aplicada retroativamente, de modo que um prisioneiro condenado ainda poderá ser executado)

Até a década de 1890, o enforcamento era o método primário de execução nos Estados Unidos. O enforcamento ainda era autorizado em Delaware e Washington antes de esses estados abolirem a pena de morte em 2016 e 2018, embora ambos também utilizassem a injeção letal. Para esse tipo de execução, o prisioneiro pode ser pesado no dia anterior, e cálculos são feitos para garantir que a morte seja rápida.

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*VIA O GLOBO