OMS retira cloroquina de testes em definitivo e confirma novo recorde de mortes por Covid
Seguindo recomendação de comitê de especialistas, organização assegura que medicamento não reduz mortalidade de pacientes com Covid-19
No mesmo dia em que confirmou 212.326 mil mortes por Covid-19 em apenas 24 horas, novo recorde mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicou sua decisão de retirar, definitivamente, a hidroxicloroquina de seus testes científicos.
Em nota oficial, a OMS, que suspendera a utilização do medicamento por falta de resultados, confirmou que o questionado remédio, ainda defendido pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, não será mais usado em suas pesquisas.
Esta posição foi adotada seguindo a recomendação do comitê de especialistas que assessora a organização e avalia os resultados dos testes realizados em hospitais de diversos países. A recomendação deste comitê foi retirar a hidroxicloroquina e, também, o lopinavir/ritonavir de todos os testes.
“O Comitê Diretor Internacional formulou a recomendação à luz das evidências para hidroxicloroquina e para lopinavir/ritonavir e de uma revisão das evidências de todos os estudos apresentados na Cúpula da OMS sobre pesquisa e inovação Covid-19, em 1 e 2 de julho”, apontou o comunicado.
O texto diz ainda que, nos testes realizados, estes medicamentos não resultaram em “nenhuma redução na mortalidade de pacientes internados com Covid-19 quando comparados ao padrão de atendimento”.
No entanto, a OMS esclareceu que sua decisão “não afeta a possível avaliação em outros estudos de hidroxicloroquina ou lopinavir/ritonavir em pacientes não hospitalizados ou como profilaxia pré ou pós-exposição para a Covid-19”.
Forças Armadas brasileiras aumentaram estoque
No Brasil, as Forças Armadas produzem o medicamento e aumentaram sua produção a pedido do presidente Bolsonaro.
O Ministério da Defesa informou, recentemente, que já foram produzidos 1,8 milhão de comprimidos de hidroxicloroquina, que estão estocados no Laboratório do Exército brasileiro. O valor representa cerca de 18 vezes a produção anual do medicamento, em anos anteriores. Paralelamente, o governo dos Estados Unidos enviou 2 milhões de doses do remédio ao Brasil.
A pandemia do coronavírus já matou 527.241 pessoas no mundo e hoje Brasil e EUA são epicentro da doença. No território americano, o número de óbitos já alcançou 129.584 e os contágios 2.818.588. O segundo país mais afetado atualmente é o Brasil, com mais de 63 mil mortes.