Paramilitares cercam prédio da Assembleia Nacional da Venezuela
Políticos da Assembleia Nacional venezuelana, de maioria opositora, e jornalistas foram cercados na tarde desta…
Políticos da Assembleia Nacional venezuelana, de maioria opositora, e jornalistas foram cercados na tarde desta terça-feira (26) no prédio onde o órgão funciona.
O episódio aconteceu ao final de uma sessão que teve como principal orador o líder da oposição, Juan Guaidó, considerado por cerca de 50 países presidente interino da Venezuela.
Por pelo menos três horas, jornalistas venezuelanos que trabalham em veículos e blogs locais ficaram isolados dentro da Assembleia Nacional.
Membros de coletivos, como são chamados os grupos paramilitares ligados ao governo, estavam estacionados do lado de fora do edifício e bloquearam todas as saídas.
Nas imagens, eles tentavam abrir as portas e golpeavam os vidros dos automóveis com força.
Em nota, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa afirmou que houve vários ataques aos profissionais.
Jornalistas da agência Reuters tiveram material de gravação e celulares roubados.
Após saírem do prédio, integrantes da rede colombiana NTN 24 sofreram pauladas dos coletivos.
Enquanto isso ocorria, outros meios de comunicação se atrincheiraram dentro da Assembleia, como o Efecto Cocuyo e El Pitazo, enquanto os coletivos não deixassem o local.
Na sessão desta terça, Guaidó falou aos parlamentares sobre os próximos passos para a chamada “tomada de Miraflores”, série de protestos e eventos que culminaria em uma marcha até o palácio presidencial para ocupar o lugar do ditador Nicolás Maduro.
Nas últimas semanas, o ditador contou com uma demonstração de apoio da Rússia –dois aviões das forças armadas russas pousaram na Venezuela no sábado (24); cerca de uma centena de militares estavam a bordo.
O regime também tem intensificado suas ações contra opositores e jornalistas.
O incidente acontece justamente quando o entorno de Guaidó vem sofrendo baixas importantes e ataques.
Nos últimos dias, Roberto Marrero, chefe do escritório de Guaidó, foi preso e levado à temida prisão do Helicoide.
O deputado Sergio Vergara teve sua casa revistada, assim como o advogado Juan Antonio Planchart Márquez, primo de Guaidó que costuma ajudá-lo com questões jurídicas.