“Parece o fim do mundo”, diz goiana sobre surto de coronavírus na Itália
Pânico, medo e uma cidade praticamente deserta. Assim é o cenário de Reggio Emilia, no…
Pânico, medo e uma cidade praticamente deserta. Assim é o cenário de Reggio Emilia, no Norte da Itália, relatado pela goiana Leide Moura, que vive há 15 anos no país europeu. Escolas, comércios, academias, bares e igrejas estão fechados devido à preocupação com o coronavírus. Ruas vazias, supermercados sem mercadorias e produtos com preços elevados estão entre os impactos causados pelo surto. Até o momento, há confirmação de 528 pessoas infectadas. Outras 14 morreram em decorrência do vírus, segundo agência italiana de notícias.
A situação, descrita pela goiana como semelhante ao “fim do mundo”, teve início no último domingo (23), quando as autoridades do país intensificaram as medidas de segurança contra o Covid-19 e determinaram o fechamento e isolamento de focos de infecção. Medida deve permanecer, conforme expõe Leide, até o próximo dia 1º de março. Objetivo é evitar que o vírus se propague.
Os impactos do surto são intensos na cidade localizada na região de Emília Rogmana, onde já há 97 casos registrados. “Na sexta-feira (21) ainda estava tudo normal. No domingo (23) foi quando começou o caos. O prefeito Luca Vecchi enviou mensagem por telefone e também pela televisão e comunicou o fechamento das escolas. Depois disso o pânico foi instaurado”, disse.
Ela reforça que o local é classificado como de alerta amarelo. Ainda assim, as pessoas estão com receio de sair na rua. “Você vai em um café e tem pouquíssimas pessoas. Está todo mundo com medo. Acho, inclusive, que é mais um pânico do que o vírus propriamente, já que há apenas quatro casos sob suspeita em nossa cidade. Nada foi confirmado ainda”, salientou. A goiana ressalta que além das escolas, cinemas e igrejas estão fechados. Casamentos e festas foram cancelados.
Até a atuação dela como empregada doméstica ficou prejudicada por conta da epidemia. Segundo ela, tem sido comum evitar receber pessoas em casa. “Estou sem trabalhar porque elas [pessoas] simplesmente estão trancadas onde moram. Está todo mundo dentro de casa com medo. Muita gente não quer que tenha entra e sai”.
Escolas também estão fechadas para evitar propagação do vírus. (Foto: reprodução)
Hospitais fechados
Ainda segundo relata a goiana, hospitais que antes funcionavam 24h em regime de urgência e emergência agora estão fechados. Pessoas que apresentam algum sintoma têm de ligar em um número telefônico disponibilizado pela prefeitura. Após a ligação, uma equipe médica vai até a casa do solicitante.
“Se você tiver passando mal com algum sintoma do coronavírus não pode ir no hospital que funciona como uma espécie de Cais. A pessoa tem de pedir auxílio, que vai até a residência em que mora”, destacou.
Falta de produtos
Leide Moura conta que o surto tem ocasionado a falta de diversos produtos. Conforme explica ela, muitas pessoas foram aos supermercados e compraram itens para estocar em casa. “Parecia coisa de filme. As pessoas pegando tudo da prateleira e os produtos acabando. Um caos”, disse.
De acordo com o relato da goiana, produtos de higiene indicados por especialistas para prevenir os riscos de contágio estão entre os itens faltosos nos estabelecimentos. Amônia, água sanitária, álcool em gel e máscaras antivírus são, de acordo com ela, artigos mais procurados e mais difíceis de encontrar.
“Antes de tudo isso o álcool em gel era encontrado a partir de € 3. Agora você paga a partir de € 7. Pela internet é ainda mais caro e chega a custar até € 51. A rotina da cidade foi completamente alterada por causa do coronavírus”, relatou.