Clima

Perto de bater novo recorde, 2016 pode ter aumento de temperatura de 1,2°C

Dados apontam que 2016 pode quebrar o terceiro recorde consecutivo como ano mais quente do registro histórico

Os dados ainda são parciais, mas o aumento de temperatura observado de janeiro a setembro coloca o ano de 2016 perto de quebrar o terceiro recorde consecutivo como ano mais quente do registro histórico. Eles apontam que o planeta já pode estar 1,2°C mais quente que o período pré-Revolução Industrial.

O alerta foi divulgado na manhã desta segunda-feira (14) pela Organização Meteorológica Mundial durante a 22.ª Conferência do Clima, que ocorre até o final da semana em Marrakesh (Marrocos). Segundo a OMM, apenas de janeiro a setembro a temperatura média do planeta foi 0,88°C maior que a média observada no período de 1961 a 1990, usado como base de referência.

Com base nesses valores, a não ser que outubro (que já parece ter sido igualmente quente), novembro e dezembro se mostrem anormalmente frios, os cientistas estimam que o ano atingirá a marca de 1,2°C acima do que o planeta experimentava antes que as emissões de gases estufa começassem a subir muito, ficando muito perto da meta de aquecer somente 1,5°C até o final do século. Este é o objetivo almejado pelo Acordo de Paris, fechado no ano passado e que entrou em vigor no último dia 4.

Segundo os pesquisadores, a não ser que sejam tomadas atitudes drásticas de redução de emissões de gases de efeito estufa, muito além das já prometidas, esta meta pode ser perdida rapidamente.

O aumento de temperatura em 2016 ainda foi favorecido pelo forte El Niño que atingiu o planeta mais fortemente no ano passado, mas continuou nos primeiros meses deste ano, contribuindo com o pico de calor. De acordo com os cientistas, porém, não foi apenas o fenômeno o responsável pelo aquecimento. “O calor extra fornecido pelo poderoso El Niño desapareceu, mas o calor do aquecimento global continua”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.

A curva de crescimento da temperatura se tornou mais visível a partir dos anos 2000. Nesse ritmo, dos 17 anos mais quentes do registro histórico, 16 terão ocorrido neste século (1998 foi o outro ano). No jargão científico, há 95% de chance de o recorde ser batido.