CORONAVÍRUS

Pfizer diz que reforço em crianças de 5 a 11 anos eleva proteção contra ômicron

Dados, porém, são referentes a poucas pessoas e especialistas querem mais informações sobre prevenção de Covid grave e hospitalização

(Foto: Divulgação - Pfizer)

Uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech produziu proteção significativa contra a variante ômicron do coronavírus em crianças saudáveis de 5 a 11 anos, disseram as empresas nesta quinta-feira (14). A análise sorológica de 30 participantes pediátricos que receberam uma dose de reforço em um estudo mostrou um aumento de 36 vezes nos anticorpos neutralizantes contra a ômicron, disseram os laboratórios.

Os anticorpos neutralizantes contra a versão original do vírus para o qual a vacina foi projetada aumentaram seis vezes após a injeção de reforço. As empresas disseram que planejam solicitar autorização de uso emergencial nos Estados Unidos de uma dose de reforço para essa faixa etária nos próximos dias, com pedidos adicionais às agências reguladoras globais, incluindo a Agência Europeia de Medicamentos.

O estudo analisou a segurança e a imunogenicidade de uma dose de reforço de 10 microgramas em 140 crianças saudáveis entre 5 e 11 anos. Os adultos recebem uma dose de 30 microgramas da vacina.

Não está claro quanta demanda há para uma terceira dose de vacina nessa faixa etária. Apenas 28% das crianças nesse grupo —cerca de 8 milhões— estão totalmente vacinadas, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

No Brasil, cerca de 21% dessa faixa etária está vacinada com duas doses, o equivalente a 4,2 milhões de crianças, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.

Especialistas em saúde chamaram os dados de “promissores”, mas alertaram que o tamanho do estudo é muito pequeno e que há necessidade de mais dados para entender até que ponto esse reforço previne doenças graves e hospitalização em crianças e como ele se sairá contra variantes futuras.

“No geral, [os dados] são muito positivos. Mas também levantam uma série de questões. Qual será a durabilidade da resposta? Quão bem ela resistirá às variantes futuras?”, disse Anna Bershteyn, da Langone Health NYU.

Houve algum ceticismo sobre a necessidade de reforços em crianças mais novas, devido ao risco reduzido de infecção grave e hospitalização nessa faixa etária.

Ainda assim, Scott Hadland, chefe de medicina do adolescente no Mass General Hospital for Children, disse que muitos pais estão pedindo doses de reforço.

“O que continuamos descobrindo com a pandemia é que, quando disponibilizamos vacinas e reforços, mesmo quando eles não oferecem proteção perfeita contra infecções, geralmente protegem muito contra doenças graves e hospitalizações”, disse Hadland à agência Reuters.

No início deste ano, a FDA (agência americana de regulação de alimentos e drogas) autorizou uma terceira dose da vacina para crianças de 12 a 15 anos e para as de 5 a 11 anos que são imunocomprometidas. A agência disse na época que vai avaliar reforços para crianças de 5 a 11 anos depois que mais crianças receberem duas doses.