Suspeita de corrupção

Polícia argentina revista casa de ex-presidente Cristina Kirchner na Patagônia

Residência é terceira da senadora a sofrer batida; veículo de luxo foi confiscado

Autoridades argentinas confiscaram um veículo de luxo na residência da senadora e ex-presidente Cristina Kirchner no terceiro dia de uma buscas policiais contra ela, acusada de participar de um caso de corrupção envolvendo grandes empresários e ex-funcionários do governo. O batalhão de inspetores judiciais e policiais que entraram na casa de Kirchner em El Calafate, sul da Patagônia, não encontraram dinheiro nem outros objetos de valor que sustentem o caso, mas o veículo foi apreendido por ordem do juiz que investiga o caso, Claudio Bonadio.

Dois espaços similares a cofres foram encontrados durante a revista com detectores pela casa de dois andares, incluindo o porão e o jardim, segundo o jornal La Nación. El Calafate, perto da geleira Perito Moreno, fica 2 mil km a sudoeste da capital argentina. Duas outras buscas foram feitas esta semana no apartamento de Kirchner em Buenos Aires e na casa de sua família no Rio Gallegos, ambas sem resultados relevantes para o caso, segundo fontes judiciais.

Kirchner é acusada por Bonadio de ter liderado uma associação ilegal para cobrar subornos em troca de licitações para obras públicas e pressionar empresários para que financiassem campanhas eleitorais durante os três mandatos exercidos por ela e seu falecido marido Néstor Kirchner, entre 2003 e 2015.

As buscas no apartamento de Kirchner em Buenos Aires duraram 13 horas entre a quinta e a sexta-feiras. A segunda operação foi na casa da família em Río Gallegos, também na Patagônia, a 300 Km de El Calafate.

— O dinheiro da corrupção explica todas as coisas que nos faltam (no país) — disse Macri na sexta-feira.

As investigações começaram em 2 de agosto quando o juiz Bonadio chamou para depor Oscar Centeno, motorista de um ex-ministro de Kirchner, para interrogá-lo sobre o conteúdo de cadernos nos quais, durante mais de uma década, anotou as viagens que fez levando milhões de dólares de supostas propinas de empresários para altos funcionários. Ex-militar expulso do Exército, Centeno está em liberdade sob custódia.