Polícia do Texas admite ter tomado ‘decisão errada’ na resposta a massacre
Declaração ocorre após questionamentos de parentes das vítimas sobre atuação dos agentes de segurança
A polícia do Texas admitiu nesta sexta-feira (27) ter errado ao esperar quase uma hora por reforço antes de invadir a sala de aula em que um atirador matou 19 crianças e duas professoras, afirmou uma autoridade das forças de segurança, depois de questionamentos sobre a atuação dos agentes.
Sobreviventes, incluindo crianças, ligaram para o número de emergência da polícia logo depois de Salvador Ramos, 18, entrar na escola de ensino fundamental Robb, na cidade de Uvalde, com um fuzil semiautomático AR-15, enquanto agentes aguardavam no corredor do lado de fora da sala de aula a chegada de ajuda, disse Steven McCraw, diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas.
A repórteres durante entrevista coletiva McCraw afirmou ter sido uma “decisão errada” do comando que estava no local, que preferiu esperar o apoio de uma equipe tática antes de entrar na sala de aula.
Na terça (24), dia em que o massacre ocorreu, uma pessoa que o diretor não identificou ligou para a polícia várias vezes a partir das 12h03, no horário local, dizendo haver diversas mortes e “oito ou nove” estudantes ainda vivos. Um outro aluno telefonou às 12h47 e pediu a presença da polícia com urgência.
Os agentes não entraram na sala de aula até as 12h50, de acordo com McCraw, quando uma equipe tática da patrulha de fronteiras usou as chaves de um monitor para abrir a porta e matar Ramos.
Testemunhas ouvidas dias após o atentado reclamaram do que consideram uma demora da polícia para neutralizar o atirador. Ramos teria ficado dentro da escola por ao menos 40 minutos antes de ser morto.
“Havia ao menos 40 agentes armados até os dentes, mas não fizeram nada até ser tarde demais”, disse Jacinto Cazares. Ele correu até a escola quando soube do ataque e encontrou a filha Jacklyn morta.
“A situação poderia ter terminado rapidamente se [os policiais] tivessem um melhor treinamento tático. Nós, como comunidade, fomos testemunhas em primeira mão”, afirmou ele à ABC News.
Parentes dizem ter suplicado aos agentes, sem sucesso, para que entrassem na escola e impedissem o massacre. Daniel Myers e sua esposa, Matilda, ambos pastores locais, disseram à agência AFP que viram como os pais ficaram desesperados enquanto a polícia aguardava reforço antes de entrar no prédio.