MEDO

Prefeita do Afeganistão disse que espera Talibã ir mata-la

Em entrevista ao portal britânico iNews, nesta terça-feira (17), Zarifa Ghafari, prefeita de Maidan Shahr,…

Em entrevista ao portal britânico iNews, nesta terça-feira (17), Zarifa Ghafari, prefeita de Maidan Shahr, Afeganistão, disse que espera o Talibã mata-la. Segundo ela, não tem para onde ir.

“Estou sentada aqui esperando eles chegarem. E eles virão atrás de pessoas como eu e me matarão. Eu não posso deixar minha família. E de qualquer maneira, para onde eu iria?”, questionou retoricamente a política que tem 27 anos.

Zarifa se tornou a prefeita mais jovem do Afeganistão em 2018. Desde que assumiu, recebe ameaças constantes do Talibã, segundo o portal.

Porta-voz do Talibã

Apesar dos temores de Zarifa, o porta-voz do Talibã Suhail Shaheen informou a CNN Internacional, nesta terça, que o grupo pretende fazer uma administração inclusiva. O grupo tomou Cabul, capital do Afeganistão no domingo (15).

“Nosso programa é formar um governo afegão inclusivo islâmico. Então, eu espero que isso seja decidido dentro de alguns dias”, declarou o porta-voz, nesta terça (17).

Ele reforçou, também, que não há interesse no monopólio de poder. “Porque nós acreditamos que isso é importante para uma paz duradoura no Afeganistão e porque a base da nossa política é que nós não queremos monopólio de poder.”

E ainda: “Por isso nós chamamos o governo de um governo afegão islâmico inclusivo. Então, por este motivo, nós queremos que esse governo seja inclusivo.”

Tomada de Cabul pelo Talibã

No domingo (15), o presidente do Afeganistão Ashraf Ghani deixou o país depois do grupo extremista Talibã cercar a capital do Cabul. Segundo o grupo, o controle do palácio presidencial foi tomado após a fuga.

O grupo foi expulso da capital por soldados dos Estados Unidos há 20 anos, após os ataques de 11 de setembro de 2001. Os militares dos EUA também se retiraram do Afeganistão. Na segunda (16), o presidente Joe Biden admitiu que o país norte-americano cometeu erros. Contudo, ele afirmou que não se arrepende da retirada das tropas.

“Nossa missão no Afeganistão teve muitos erros nas últimas décadas. Eu sou o presidente dos EUA e essa guerra acaba comigo. Não me arrependo da minha decisão de acabar com essa guerra e manter foco na nossa missão de contraterrorismo.”

PCO sobre o Talibã

De extrema-esquerda, o Partido da Causa Operária (PCO) comemorou a tomada do Talibã e a retirada das “ocupações imperialistas”.

“Ao bater em retirada, o imperialismo estadunidense revela a crise em que se encontra. Sem sombra de dúvida, o avanço do Talibã representa uma enorme vitória sobre os piores inimigos dos oprimidos de todo o planeta. Pelo fim das ocupações imperialistas!”, escreveu a conta oficial do partido no Twitter.

A afirmação gerou comoção nas redes sociais. “Mulheres afegãs à beira de perderem todos os direitos humanos possíveis e esquerdinha me falando de vitória contra o imperialismo”, se referiu uma internauta ao partido.

“Aproveite o domingo. Amanhã é dia de acordar cedo e trabalhar pra pagar os R$4 milhões que o PCO vai levar do Fundão pra fazer campanha a favor do Talibã”, tuitou mais um. E outro: “PCO é o outro lado da moeda do bolsonarismo. Ambos lunáticos.”

Comparação

Também na segunda, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comparou o Talibã a Adolf Hitler, Fidel Castro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Pelas redes sociais, o filho do presidente Bolsonaro (sem partido) disse que o grupo desarma a população e citou o petista, além de alguns ditadores.

“O Talibã se mostra preocupado com a paz e segurança povo, igual a outros pacifistas que desarmaram seu povo, como Lula, Fidel Castro, Chávez, Maduro, Hitler, Stalin, Pol Pot e outros.”