Quem escolhe a neutralidade opta pelo lado do agressor, diz ministra alemã na ONU
Desde o início da invasão da Ucrânia , a Alemanha adotou uma série de medidas para isolar a Rússia.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, criticou nesta terça-feira (1º) em seu voto na Assembleia-Geral da ONU que discute a guerra na Ucrânia países que adotam um discurso de neutralidade no conflito.
“Peço a todos a se unirem pela paz e votar sim à resolução. ‘Se você se mantém neutro em situações de injustiça, você escolheu o lado do opressor.’, é assim que o bispo Desmond Tutu disse uma vez”, afirmou, em referência ao prêmio Nobel da Paz sul-africano, morto em dezembro aos 90 anos. “Todos temos que escolher. Entre a paz e a agressão, entre a justiça e a vontade do mais forte, entre agir e fechar os olhos.”
“A guerra [promovida pela] Rússia marca uma nova realidade. Ela requer que cada um de nós tome uma decisão firme e responsável e tome um lado”, ela acrescentou.
Desde o início da invasão da Ucrânia ordenada por Vladimir Putin na semana passada, a Alemanha adotou uma série de medidas para isolar a Rússia.
Suspendeu o projeto do gasoduto Nordstream 2, que abasteceria alemães com gás russo, e anunciou o envio de armas para o Exército ucraniano, em uma reversão de sua política de não exportação de equipamentos bélicos para zonas de conflito.
O Brasil não foi citado pela política alemã, mas nos últimos dias tanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto o chanceler Carlos França falaram em adotar uma política de neutralidade na crise.
”Nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá”, declarou o chefe do Executivo no domingo (27).
Em contraste com a postura do chefe do Executivo, a delegação do Brasil na ONU tem apoiado resoluções críticas à invasão da Ucrânia, embora mantenha críticas ao envio de armas ao país do Leste Europeu devido ao risco de escalada do conflito.