Químico sintético de embalagens tem relação com morte precoce nos EUA, diz estudo
Químico sintético chamado ftalatos, encontrados em centenas de produtos de consumo, pode contribuir com cerca…
Químico sintético chamado ftalatos, encontrados em centenas de produtos de consumo, pode contribuir com cerca de 91 mil a 107 mil mortes prematuras por ano nos Estados Unidos, aponta estudo. Esse produto pode ser localizado em recipientes de armazenamento de alimentos, xampus, maquiagens, perfumes e até em brinquedos infantis.
O levantamento aponta que pessoas com níveis mais altos de ftalatos têm um risco maior de morte por qualquer causa, especialmente cardiovasculares, de acordo com o estudo publicado na revista Environmental Pollution, na última terça-feira (12).
O estudo também apontou que essas mortes podem custar cerca de até US$ 47 bilhões a cada ano em perda de produtividade econômica.
“Este estudo adiciona à crescente base de dados sobre o impacto dos plásticos no corpo humano e reforça a importância para reduzir ou eliminar o uso de plásticos”, disse o autor principal, Dr. Leonardo Trasande, professor de pediatria e medicina ambiental e saúde da população na NYU Langone Health, em Nova York.
Ftalatos: como o químico sintético age no corpo?
Os ftalatos são conhecidos por interferirem no mecanismo do corpo para a proteção de hormônios, conhecido como sistema endócrino. Eles também estão ligados a problemas de desenvolvimento, reprodução, cérebro, imunológico e outros, de acordo com o Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental (NIEHS, na sigla em inglês).
Além disso, pesquisas anteriores revelaram que os ftalatos contribuíram para problemas reprodutivos, como malformações genitais e testículos que não desceram em meninos e contagens de espermatozoides em níveis de testosterona mais baixos em homens adultos. Químico também está ligado à obesidade infantil, asma, problemas cardiovasculares e câncer.
“Esses produtos químicos têm uma ficha criminal”, disse Trasande, que também dirige o Centro de Investigação de Riscos Ambientais da NYU Langone. “E a questão é que, quando você olha para todo o corpo de evidências, isso fornece um padrão de preocupação assombroso.”
Pesquisa
O novo estudo mediu a concentração de ftalatos na urina em mais de 5 mil adultos, com idades entre 55 a 64 anos, e comparou esses níveis com o risco de morte precoce em uma média de 10 anos, disse Trasande.
Os pesquisadores controlaram doenças cardíacas preexistentes, diabetes, câncer e outras condições comuns, hábitos alimentares inadequados, atividade física e massa corporal e outros níveis de outros desreguladores hormonais conhecidos, como o bisfenol A ou BPA.
“No entanto, nunca vou dizer que este é um estudo definitivo”, disse Trasande à CNN. “É um instante no tempo e só pode mostrar uma associação.”
“Mas já sabemos que os ftalatos mexem com o hormônio sexual masculino, a testosterona, que é um preditor de doenças cardiovasculares em adultos. E já sabemos que essas exposições podem contribuir para várias condições associadas à mortalidade, como obesidade e diabetes”, disse Trasande.
Veja dicas de como evitar exposição aos ftalatos
- Use loções e produtos de limpeza sem cheiro;
- Use vidro, aço inoxidável, cerâmica ou madeira para segurar e armazenar alimentos;
- Compre frutas e vegetais frescos ou congelados em vez de versões enlatadas e processadas;
- Incentive a lavagem frequente das mãos para remover produtos químicos;
- Evite purificadores de ar e todos os plásticos rotulados como nº 3, nº 6 e nº 7
*Com informações da CNN Brasil