ESTADOS UNIDOS

Rede social de Trump: empresa com sócio bolsonarista afunda com risco de liquidação

DWAC, de Luiz Philippe de Orleans e Bragança, tenta adiar fusão com Truth Social

40% dos brasileiros relatam medo de serem julgados nas redes sociais, diz pesquisa (Foto: Pixabay)

As ações da Digital World Acquisition Corp (DWAC) afundam mais de 16% na Nasdaq, nesta terça-feira, após notícias de que a companhia enfrenta dificuldades para adiar por mais um ano sua fusão com a rede social de Donald Trump, a Truth Social. Se não houver o suporte dos acionistas para o adiamento, a DWAC será liquidada e terá que devolver aos acionistas o dinheiro levantado no IPO.

A DWAC, que tem o deputado bolsonarista Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) como um de seus principais sócios, tem até quinta-feira para se fundir com a Truth Social. A operação, na prática, daria à rede de Trump acesso a mais de US$ 1 bilhão e a transformaria em empresa listada em Bolsa.

Só que a firma de Trump vem tendo problemas — devendo US$ 1,6 milhão a um fornecedor, por exemplo, como publicou o site Axios —, o que levou a DWAC a tentar adiar a fusão. O problema é que, segundo informou a Reuters nesta terça-feira, a companhia de Orleans e Bragança não conseguiu o apoio de 65% dos acionistas para adiar a transação. A reunião de acionistas está ocorrendo nesta terça-feira.

A informação ainda não é oficial, mas foi suficiente para que os papéis da DWAC despencassem na Nasdaq.

A Digital World é um SPAC — categoria conhecida como “empresa do cheque em branco”, que levanta dinheiro na Bolsa com a promessa de, num futuro próximo, adquirir um negócio e começar a operar. Ela foi criada um mês depois de Trump perder sua reeleição com o plano inicial de se fundir com algum negócio digital, sem especificar qual seria o alvo.

Em outubro do ano passado, a Digital World anunciou que iria absorver a Truth Social, fusão que tornaria a rede social de Trump em uma empresa aberta, com ações listadas na Nasdaq.