Síria: Assad diz que Exército “libertará cada centímetro” do país
Assad sugeriu que os EUA venderam seus parceiros curdos e disse que o exército sírio retornará à área após a retirada das tropas norte-americanas
O presidente da Síria, Bashar Assad, disse neste domingo que somente o Estado sírio pode proteger grupos no norte da Síria e que o Exército “libertará cada centímetro da Síria” das tropas estrangeiras. Assad não mencionou especificamente a retirada planejada de 2 mil soldados norte-americanos do norte da Síria, mas, em discurso televisionado em Damasco, disse que ninguém deveria apostar na proteção dos norte-americanos.
Assad parecia estar se referindo aos grupos curdos aliados dos EUA no norte sírio que temem um ataque turco quando as tropas norte-americanas se retirarem do nordeste da Síria. Os EUA fizeram parceria com milícias curdas locais na luta contra o grupo Estado Islâmico. Os extremistas estão à beira da derrota na Síria, e o presidente dos EUA, Donald Trump, disse querer que as tropas dos EUA deixem a Síria nos próximos meses.
O anúncio de Trump despertou temores de que a Turquia possa em breve lançar uma ofensiva contra combatentes curdos. A Turquia considera as Unidades de Proteção do Povo Curdo, com base no norte da Síria, um grupo terrorista ligado a uma insurgência dentro de suas próprias fronteiras.
Assad sugeriu que os EUA venderam seus parceiros curdos e disse que o exército sírio retornará à área após a retirada das tropas norte-americanas. “Para aqueles grupos que estão apostando nos norte-americanos, nós dizemos que os norte-americanos não vão protegê-los. (…) Os norte-americanos vão colocá-los em seus bolsos para serem usados como instrumentos de barganha”, afirmou “Cada centímetro da Síria será libertado, e qualquer intruso é um inimigo.”
Falando com confiança sobre os avanços militares do Exército sírio, Assad convocou refugiados em todo o mundo para retornarem à Síria. A guerra civil síria, agora com quase oito anos, deixou cerca de 450 mil mortos e deslocou metade da população do país, incluindo cerca de seis milhões para fora do país. Países ocidentais e organizações de direitos humanos disseram que a situação de segurança ainda não está suficientemente estável para o retorno, e a ONU afirmou que não pode garantir segurança para aqueles que decidirem voltar.
Sem citar nomes especificamente, Assad acusou países estrangeiros de bloquear o retorno de refugiados. “A Síria precisa de todos os seus filhos e pedimos aos refugiados que retornem para participar do processo de reconstrução”, disse Assad. Fonte: Associated Press.