Sírio que ajudou polícia a prender suspeito de ataque em metrô é novo herói de Nova York
Polícia ainda não confirmou se a ação de Tahhan levou à prisão, e outras pessoas reinvidicam recompensa; Frank James ficará preso até o julgamento
A cidade de Nova York comemorou um novo herói na quarta-feira: um sírio de 21 anos que se mudou para os Estados Unidos há cinco, fala cinco idiomas e mora em Nova Jersey. O homem, Zack Tahhan, disse que estava trabalhando na atualização de equipamentos em uma loja perto da Primeira Avenida, no East Village, em Manhattan, quando viu Frank James, acusado do ataque a tiros que deixou 23 feridos no metrô nova-iorquino na terça-feira, através de uma das câmeras de segurança.
Falando para uma multidão de repórteres e curiosos na tarde de quarta-feira, Tahhan contou que correu para a rua seguindo o suspeito, alertando as pessoas ao seu redor para que mantivessem distância.
— Eu pensei, “Oh meu Deus, esse é o cara, precisamos pegá-lo”. Ao ver o carro da polícia, disse: “Ei, é ele!” — contou.
A polícia ainda não confirmou se a ação de Tahhan levou à prisão de James, na tarde de quarta-feira, mais de 30 horas após o crime. Os policiais receberam uma denúncia de que o suspeito estava em um McDonald’s a menos de dois quarteirões da delegacia. Dois policiais a par da investigação contaram que o próprio James havia ligado para a linha de denúncia.
Mas o carisma e otimismo de Tahhan fizeram dele uma sensação nas redes sociais. Moradores estão usando a hashtag #ThankYouZack para compartilhar clipes e vídeos de sua entrevista a jornalistas após a captura de James.
James, de 62 anos, foi formalmente acusado pelo crime federal de cometer um ato de terrorismo em um sistema de transporte de massa. Nesta quinta-feira, na primeira audiência do caso, um juiz atendeu ao pedido da Promotoria e determinou que ele deve ficar preso até o julgamento, sem direito à liberdade sob fiança, porque representa um risco para a comunidade. Os advogados de James, da Defensoria pública, pediram que ele seja submetido a uma avaliação psiquiátrica.
A polícia havia oferecido uma recompensa de US$ 50 mil (R$ 235 mil) para quem ajudasse a encontrar o suspeito. E outras pessoas também estão reivindicando seu papel de herói. Francisco Puebla, gerente da Saifee, uma loja de ferragens e jardinagem, disse que havia contratado o sírio para ajudar a atualizar o sistema de câmeras de segurança da loja.
— Ele está em todas as redes sociais — disse Puebla, de 46 anos. — Mas fui eu que agi.
Como ele reconheceu o autor dos tiros no metrô
Puebla contou que viu um homem corpulento com uma mochila caminhando lentamente pela Primeira Avenida. Ele sentiu pânico e temeu chamar a polícia porque poderia estar errado. Mas, quando uma viatura parou no sinal vermelho na esquina, Puebla caminhou até lá, acenou e disse:
— Policial, posso estar errado, mas o cara que atirou está bem ali.
Momentos depois, vários carros de polícia chegaram ao local e prenderam o suspeito.
Lee Vasu, um retratista de Nova York, também contou ter avisado a polícia sobre o suspeito. Vasu disse ao site Artnet que, depois de almoçar no Café Mogador, perto da Primeira Avenida, com sua mãe, a mulher e filha de 8 meses, viu James andando.
Ele também foi até um carro de polícia que estava estacionado no local para apontar a localização do suspeito e, em segundos, carros de polícia começaram a chegar de todas as direções.