Sob diferenças religiosas, papa Francisco termina viagem na Geórgia e Azerbaijão
Ele passou três dias nas antigas repúblicas soviéticas da Eurásia
O papa Francisco concluiu uma visita de três dias às antigas repúblicas soviéticas da Geórgia e do Azerbaijão neste domingo, em uma viagem que provou ser um ato de equilíbrio diplomático e religioso.
O Cáucaso do Sul apresenta um importante teste da visão do papa do ecumenismo: a noção de uma igreja cristã universal. A região é o lar de Comunidades Eclesiais de séculos de idade, mas são uma minoria fiéis católicos. É também uma mistura de animosidades étnicas e religiosas complexas.
A viagem do pontífice começou na sexta-feira na Geórgia, onde foi recebido no aeroporto pelo Patriarca Ilia II, o chefe da Igreja Ortodoxa da Geórgia. Em sua passagem pela Geórgia, o papa estendeu a mão para a igreja da Geórgia, apesar de um desprezo evidente pelos líderes ortodoxos, que se recusaram a participar de uma missa realizada no sábado em um estádio quase vazio na capital da Geórgia, Tbilisi.
“Devemos trabalhar juntos. Nós respeitamos uns aos outros e devemos rezar juntos”, disse ele, durante a missa. “Este é o ecumenismo”.
Em uma visita ao Azerbaijão, que possui predominantemente muçulmanos, o papa ficou focado no diálogo inter-religioso e na tolerância, além de uma orientação clara de crítica direta contra a presidência cada vez mais autoritária de Ilham Aliyev.
Sob o comando de Aliyev, as autoridades prenderam dezenas de trabalhadores de direitos humanos e grupos de oposição política, trabalhou para cortar os grupos de direitos locais de financiamento externo e, ao mesmo tempo, aumentou o poder do presidente.
Em um discurso com o presidente, o papa enfatizou a importância de não “abusar dos direitos dos outros que têm ideias diferentes e perspectivas”, mas por outro lado o líder o elogiou por esforços para promover o crescimento cívico.
O papa Francisco enfatizou também mensagens de paz e diálogos nos meses depois de um ressurgimento da violência entre o Azerbaijão e os rebeldes armênios, apoiados na região de Nagorno-Karabakh. Apesar do cessar-fogo, um tratado formal de paz nunca foi assinado entre os lados em conflito.
Ainda no Azerbaijão, o papa rezou uma missa e realizou uma reunião com um líder muçulmano regional. Sem se referir diretamente ao terrorismo islâmico, criticou a violência fundamentalista.
“Nós vemos o crescente surgimento de reações rígidas e fundamentalistas por parte daqueles que, por meio de palavras e atos violentos, procuram impor atitudes extremas e radicais que estão mais afastadas do Deus vivo”, disse o pontífice. Fonte: Dow Jones Newswires.