Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, é preso sob acusação de fraude
Steve Bannon, estrategista da campanha eleitoral de Donald Trump em 2016, foi preso nesta quinta…
Steve Bannon, estrategista da campanha eleitoral de Donald Trump em 2016, foi preso nesta quinta (20), em Nova York. Ele é acusado de ter participado de uma fraude em uma campanha virtual de doações relacionada à construção de um muro na fronteira entre EUA e México, uma das promessas de Trump.
A ação, batizada de “Nós Construímos o Muro”, levantou US$ 25 milhões (R$ 141 milhões na cotação desta quinta-feira) e teria sido usada para lavar dinheiro de doadores e pagar gastos pessoais dos envolvidos, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA.
Além de Bannon, foram indiciados Brian Kolfage, 38, veterano da Força Aérea, Andrew Badolato, 56, que atua no mercado financeiro, e Timothy Shea, 39, entre outros nomes.
Procuradores federais de Nova York disseram que o dinheiro das doações ajudou os envolvidos a levar uma vida de gastos excessivos. Bannon teria recebido mais de US$ 1 milhão (R$ 5,6 milhões) da campanha por meio de uma organização sem fins lucrativos e direcionado a verba a despesas pessoais.
Já Kolfage teria se apropriado de US$ 350 mil (R$ 1,9 milhão) de maneira similar.
A campanha prometia que todo o dinheiro seria usado para ajudar na construção do muro na fronteira, sem que os organizadores lucrassem com ela.
Bannon, 66, é um dos principais ativistas de direita dos EUA e impulsionou ideias como o combate à imigração no país. Especialista no uso de redes sociais e estratégias digitais para campanhas políticas, costuma dizer que seu objetivo é lutar contra a classe política tradicional.
Ele fez carreira como banqueiro e, em 2012, tornou-se diretor do Breitbart News, site com conteúdos de teor nacionalista e muitas vezes preconceituoso.
Em 2016, foi diretor da campanha de Trump. Ele é apontado como um dos principais responsáveis pela vitória, ao aproximar o republicano de bandeiras conservadoras e fomentar o rancor de partes do eleitorado em relação a temas como a imigração, por meio do uso intenso e direcionado de redes sociais.
Em seguida, assumiu o cargo de estrategista-chefe da Casa Branca. No entanto, foi demitido cerca de seis meses depois por se desentender com o presidente. Mesmo assim, seguiu dando apoio a Trump nos bastidores.
Bannon também buscou criar relações com outros líderes de direita pelo mundo, como defensores do brexit, no Reino Unido, o ex-ministro Mateo Salvini, na Itália, e a família Bolsonaro, no Brasil.
Também criou um projeto chamado “O Movimento”, para unir líderes populistas de direita pelo mundo. Ele nomeou o deputado Eduardo Bolsonaro como seu representante no Brasil.
O ex-presidente Lula, por meio do Twitter, escreveu que a prisão de Bannon é “importante para a democracia”. “Outro dia vi um levantamento de que o Trump mente 11 vezes por dia. O Bannon é um fomentador de guerras. Merece ser tirado da política porque ele representa o mal.”
(Folha de S.Paulo, com informações da Reuters.)