Terraplanistas organizam cruzeiro para chegar aos limites da Terra

A Conferência Internacional da Terra Plana irá fretar um navio de cruzeiro em 2020 com o objetivo de chegar aos limites da Terra. A meta, segundo a conferência, é assegurar que os viajantes encontrem evidências suficientes para dar a viagem como proveitosa.

O site da organização afirma que será “a maior, mais audaz e melhor aventura já feita”. Ainda não foi divulgada a data de partida nem os valores. Os interessados, além de “chegar ao limite da Terra”, irão desfrutar de restaurantes e piscinas de ondas aptas para a prática do surfe.

Os organizadores acreditam que a Terra é um disco gigante, com o polo norte no centro e rodeado de um paredão de gelo: a Antártida. De acordo com a FlatPedia, a Wikipedia dos terraplanistas, ainda faltam informações concisas sobre o paredão. “Até onde sabemos, ninguém conseguiu ir muito além do muro de gelo e voltou para contar. O que sabemos é que ele cerca a Terra, serve para conter os oceanos e ajuda a nos proteger do que possa haver além dele”. Por isso, a organização do cruzeiro adverte que a chegada ao muro não é garantida.

Dificuldades técnicas

O grande desafio do cruzeiro será, em primeiro lugar, encontrar uma tripulação que acredite que a Terra seja plana. O ex-capitão naval Henk Keijer tem 23 anos de experiência e, em entrevista ao jornal inglês The Guardian, afirmou que todas as cartas náuticas e os sistemas de navegação foram desenvolvidos sob a premissa de que a Terra é esférica.

O ex-capitão ressaltou que uma das provas de que o planeta seja uma esfera é o sistema do GPS, que orienta a navegação com base em 24 satélites que orbitam a Terra.

“Naveguei dois milhões de milhas, mais ou menos, e nunca encontrei um capitão de navio que acreditasse que a Terra é plana”, diz Keijer.

Terraplanistas

Existem várias teorias terraplanistas que procuram explicar os fenômenos da natureza através dessa premissa. De modo geral, eles acreditam que o “mito” da terra redonda é uma conspiração das agências espaciais de todo mundo. Para eles, as falsificações começaram, provavelmente, durante a Guerra Fria. A União Soviética e os Estados Unidos disputavam a corrida espacial e fabricavam imagens para mostrar superioridade científica em relação ao outro lado.