TERREMOTO

Terremoto na China mata 30 pessoas em meio a novo lockdown para conter Covid

Um terremoto de magnitude 6.8 matou mais de 30 pessoas ao atingir a província de…

Um terremoto de magnitude 6.8 matou mais de 30 pessoas ao atingir a província de Sichuan, no sudoeste da China, nesta segunda (5). Maior abalo sísmico registrado na região desde 2017, ele foi sentido tanto na capital, Chengdu, quanto em províncias a centenas de quilômetros de sua origem, segundo a mídia estatal.

Quatro das cerca de 30 mortes ocorreram no epicentro do terremoto, Luding, condado montanhoso no sudoeste de Chengdu. De acordo com a agência China News Service, o tremor foi tão forte que provocou rachaduras em algumas casas.

Nas proximidades de Luding, deslizamentos de terra danificaram casas e residências e telecomunicações caíram em ao menos uma área. Não houve registros de danos a barragens e estações hidrelétricas localizadas a 50 quilômetros da cidade, mas estragos na rede elétrica da província afetaram o fornecimento de energia para cerca de 40 mil usuários.

Abalos sísmicos são comuns na província de Sichuan, em especial nas montanhas do oeste, localizadas no limite de uma placa tectônica. O terremoto mais devastador já registrado na região aconteceu em maio de 2008, quando um tremor de magnitude 8.0 com epicentro em Wenchuan matou mais de 70 mil pessoas e deixou um rastro de destruição.

O terremoto de agora ocorre em um momento em que Chengdu tem mais de 21 milhões pessoas em lockdown por causa de novos surtos de Covid-19, afirma a agência de notícias AP. O governo teme que o vírus se alastre novamente pelo território com a aproximação do Festival da Lua, celebrado em toda a Ásia e segundo feriado mais importante na China depois do Ano-Novo Lunar.

Chengdu já encerrou o lockdown de duas áreas no sudoeste, Qionglai e Xinjin. Com isso, cerca de um milhão de pessoas foram liberadas. Mais três rodadas de testes em massa serão realizadas até esta quarta (7), e as escolas permanecem fechadas, com todas as aulas sendo ministradas virtualmente.

Reportagem deste domingo (4) publicada pela revista Caixin afirma que surtos de Covid foram registrados em 103 cidades. Trinta e três delas, incluindo sete capitais de províncias, estão sob lockdown total ou parcial, somando 65 milhões de pessoas confinadas.

O número de infecções é baixo se comparado ao da população chinesa —nas últimas 24 horas, foram registrados cerca de 1,6 mil novos casos numa nação que tem 1,4 bilhões de pessoas.

Mas o governo chinês tem adotado uma política de zero tolerância em relação à Covid, com imposição de lockdowns, quarentenas e confinamento de indivíduos suspeitos de terem travado contato próximo com qualquer caso confirmado. Segundo relatos, essas restrições por vezes impedem cidadãos de obter comida, atendimento médico e itens de primeira necessidade.

As medidas rigorosas impactaram imensamente a economia e o turismo local. Um lockdown imposto a Xangai —centro financeiro chinês— imposto entre março e maio deste ano derrubou a economia local, incitou protestos e levou ao êxodo em massa de estrangeiros.