União Europeia anuncia que vai comprar e entregar armamentos para a Ucrânia
Bloco também vai adotar ações contra empresas de mídia russa, apontadas como propagadoras de desinformação
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou neste domingo que a União Europeia (UE) vai financiar, comprar e entregar armas para a Ucrânia, a serem usadas na defesa do país contra a invasão russa, iniciada na semana passada.
Falando em Bruxelas, Von der Leyen afirmou que esta é a primeira vez em que o bloco vai diretamente comprar armas para entregar a um terceiro país — de acordo com uma fonte ouvida pela agência Reuters, o valor proposto pela UE chegaria a 450 milhões de euros para a aquisição de equipamentos, como mísseis antitanque, e outros 50 milhões destinados à compra de outros insumos necessários pelo governo local.
O anúncio ocorreu depois de uma mudança de postura do governo alemão, que vnha se colocando contra o fornecimento de armas, mesmo que defensivas, a países envolvidos em conflito, citando uma postura adotada localmente há décadas. Neste sábado, contudo, o governo de Berlim anunciou que iria fornecer sistemas antitanque e de defesa aérea, e também liberou a exportação, por parte da Holanda, de equipamentos de tecnologia alemã.
A presidente da Comissão Europeia disse ainda que vai intensificar as sanções já anunciadas previamente contra a Rússia — no sábado, a UE, ao lado de EUA, Reino Unido e Canadá, confirmou novas medidas, como o corte de instituições bancárias russas do sistema de transações internacionais Swift, além de ações para limitar a capacidade do Banco Central acessar as reservas internacionais do país.
Na sexta, os bens do presidente russo, Vladimir Putin, e do chanceler, Sergei Lavrov, foram congelados por EUA, Reino Unido, Canadá e pela UE, uma medida de pouco efeito prático, mas que mostrou a disposição dos governos ocidentais em confrontar o Kremlin.
Também foi confirmado, neste domingo, o fechamento do espaço aéreo do bloco a todas aeronaves russas, comerciais ou privadas, e ações contra empresas de comunicação que funcionam com capital do Estado russo.
— Nós vamos banir a máquina de propaganda do Kremlin. A estatal Russia Today e o Sputnik, assim como todas as suas subsidiárias, não poderão mais espalhar suas mentiras, justificar a guerra de Putin e propagar a divisão — disse Von der Leyen.
Além da Rússia, a Bielorrússia será atingida por novas sanções, “atingindo seus setores mais importantes”, apontou Ursula von der Leyen. Vale ressaltar que o governo de Alexander Lukashenko já é alvo de várias sanções por parte da UE, relacionadas a violações dos direitos humanos, à repressão de manifestantes após as eleições de 2020 e também à interceptação de um avião da Ryanair, no ano passado, onde viajava um jornalista dissidente, Roman Protasevich.
No ano passado, o país tambem foi punido sob acusação de provocar uma crise humanitária na fronteira com a Polônia, e de usar refugiados como ferramentas políticas para atacar a União Europeia.
Embora não esteja oficialmente envolvido na guerra, em termos de tropas, Lukashenko forneceu apoio para as forças russas entrarem na Ucrânia através de seu território, e está abrigando parte dos militares comandados por Vladimir Putin. Segundo o governo ucraniano, neste domingo foram lançados mísseis balísticos Iskander, a partir da Bielorrússia, contra cidades dentro da Ucrânia.