APURAÇÃO

À CPI da Covid, Nise Yamaguchi nega existência do gabinete paralelo

A médica Nise Yamaguchi negou, em depoimento à CPI da Covid, o conhecimento do gabinete…

A médica Nise Yamaguchi negou, em depoimento à CPI da Covid, o conhecimento do gabinete paralelo no governo Bolsonaro. A médica também negou que faça participação do governo dando orientação ao presidente sobre como agir durante a pandemia. “Desconheço gabinete paralelo e muito menos que eu o integre”, disse Nise.

A cúpula da CPI chama de gabinete paralelo um suposto grupo que aconselhou o presidente de ações para lidar com a pandemia. A suposição é que esse grupo estaria em funcionamento de maneira paralela ao Ministério da Saúde. Nise é apontada como uma das integrantes.

“Sou uma colaboradora eventual e que participo, junto com ministros da Saúde, participo como médica, cientista, chamada para opinar em comissões técnicas em reuniões governamentais, reuniões específicas”, continuou Nise.

A médica foi questionada por Omar Aziz sobre quantas reuniões que teve com Bolsonaro. Ela respondeu que foram de “quatro a cinco vezes”, mas que, em nenhuma delas, esteve sozinha com o presidente. Em uma dessas reuniões, segundo a imunologia, foi do grupo interministerial que discutiu a pandemia.

“E tivemos uma primeira reunião em relação a essa questão em que eu deixava claro que vinha contribuir como voluntária. Um comitê de crise institucional”, afirmou.

Imunidade de rebanho

Ainda durante do depoimento, a médica defendeu a imunidade de rebanho. “A imunidade de rebanho é um fato. Não deve ser interpretada. A partir de um determinado momento, a comunidade adquiriria uma imunidade. […] Nesse momento, ela é um fato que deve ser alcançado pela vacina.”

A médica também negou na CPI que tenha feita qualquer interferência ou apresentação da minuta de decreto que propunha a modificação da bula da cloroquina para que a mesma fosse indicada para o tratamento da Covid. No dia em que foi convocado, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barros, afirmou que a ação partiu da médica.

Nise destaca que a minuta em questão era apenas da disponibilização do medicamento. Além disso, afirmou que a reunião em questão não era caracterizada como “paralela” e, sim, “oficial”.