A desfaçatez de Pazuello não tem limites

Qual o limite da cara de pau do general Eduardo Pazuello? Tenho a impressão que ela concorre com o limite do universo ou da imbecilidade humana. A desfaçatez de Pazuello entra nesse seleto rol de gigantismo.

O escárnio que o general promove é de cair o queixo. Mente de forma seguida sem enrubescer a face. Humilha a hierarquia das Forças Armadas, descredibiliza a autoridade militar, faz chacota dos superiores. E tudo com aquela cara lavada que Deus lhe deu.

Veja a que ponto o “gordo do bem” ousa chegar. O Exército abriu um procedimento administrativo para investigar o comportamento do general no último domingo. Só para rememorar, tivemos a “motociata” de apoio a Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Sem usar máscara, é claro, Pazuello subiu no carro de som, abraçou o presidente, pegou o microfone e cuspiu perdigotos em um discurso pífio. Tudo do tamanho minúsculo de sua capacidade para operações logísticas.

Uma óbvia transgressão ao Regulamento Disciplinar do Exército que

prevê punição para “quem manifestar-se publicamente, militar da ativa, sem que esteja autorizado a respeito de assuntos de natureza político partidária”.

Na sua defesa apresentada ao Exército, o general argumenta que

o passeio de moto realizado com Bolsonaro não era um evento político-partidário, que não estamos em período eleitoral e o presidente não é filiado a partido político. Com a maior cara lavada. Argumentos tão sem vergonha quanto os que Pazuello apresentou aos senadores na CPI da Covid.

Maloqueiragem institucional sem tamanho.

As Forças Armadas brasileiras estão em uma baita sinuca de bico. Os fardados se lambuzaram com benesses previdenciárias, gratificações por funções comissionadas em toda estrutura do Executivo Federal e mamatas mil que o poder oferece. E agora observam a hierarquia ser achincalhada em público. A adesão a um governo capitaneado por um “mau militar” nas palavras de Ernesto Geisel cobra seu preço. E ele vem com juros pesados.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução CNN