Governo Estadual

“A prioridade do governo é concluir o ajuste fiscal”, diz Marconi

Em entrevista, governador defendeu a contenção de gastos para sair da crise. Tucano ainda comentou a última pesquisa eleitoral e aproveitou para alfinetar aliados e oposição

Malabarismo. É isso o que o governador Marconi Perillo terá que fazer nos próximos dois anos e meio de gestão para equilibrar as contas goianas, terminar as obras, pagar o funcionalismo público e, se der, ainda descolar um investimento em alguma obra. Para fazer tanto com tão pouco, o remédio não será nada doce: concluir o ajuste fiscal.

“A prioridade é concluir o ajuste fiscal, o equilíbrio total das contas, com todos os cuidados que a crise brasileira requer dos governadores e prefeitos; segundo: terminar todas as obras, cumprir todos os compromissos. E, se a gente tiver dinheiro, começar obras novas que sejam importantes para a infraestrutura e para o social”, disse o governador durante entrevista concedida na manhã desta terça-feira (16) na Sala de Situação do Governo, no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia, e transmitida ao vivo pelo Mais Goiás e pelo site Diário de Goiás.

Marconi ressaltou que já tem trabalhado incisivamente em cortes e contenções de gastos para conseguir pagar os servidores públicos e aposentados em dia, e ressaltou que sempre fez o que pode para defender a categoria. Contudo, ele explicou que o governo possui também outras prioridades. “Nós temos uma população de 6 milhões de pessoas. O Estado tem que ter dinheiro para cumprir com suas obrigações com os funcionários, mas também tem que ter dinheiro para cumprir com suas obrigações com relação as necessidades desses 6 milhões de goianos que dependem da ação e do serviço do governo,” pontuou.

Com o desfecho do processo de impeachment da presidenta Dilma Roussef e da provável efetivação do presidente em exercício Michel Temer no cargo, Marconi espera medidas mais duras em relação à área econômica no âmbito do governo federal. “Ou o governo sinaliza e adota medidas firmes pra conter o gasto público, o déficit público federal, ou então o governo não vai ter condições de diminuir juros, de manter a inflação na meta, de garantir novos investimentos externos e internos.”

Eleições

Questionado sobre o apoio do PSDB nas eleições municipais em Goiânia, Marconi foi enfático ao apontar que está do lado do candidato do PSB, Vanderlan Cardoso. “O PSDB, que é o meu partido, colocou o candidato a vice-prefeito na coligação do Vanderlan, com o meu apoio inclusive. Eu é quem fiz a negociação com o Vanderlan. Então se o meu partido está com a candidatura do Vanderlan é claro que todo o PSDB está com ele,” garantiu.

Mas o governador também aproveitou a oportunidade para passar um recado a Vanderlan que, até o momento, tem se esquivado de associar os modelos de sucesso da gestão estadual, como as Organizações Sociais (OSs) na Saúde, a sua campanha. “Eu disse a ele [Vanderlan] que cativar todo o PSDB, toda a base, dependerá da forma como ele vai conduzir a campanha. À medida que ele conduz a campanha com o reconhecimento do que foi feito, do esforço que é feito em Goiás, do modelo de Goiás que é vitrine pro Brasil em relação a várias áreas, ele vai ganhando musculatura e vai ganhando o apoio de todo mundo.”

O desempenho dos candidatos na última pesquisa também foi comentado pelo governador. Segundo ele, Iris Rezende (PMDB) está “bem aquém do ele obteve em 2014”, ocasião em que o peemedebista ficou com 55% dos votos em Goiânia e Marconi com 45%, no segundo turno das eleições estaduais daquele ano.

Marconi destacou ainda que o ex-tucano Delegado Waldir, atual Partido da República (PR), caiu na última pesquisa enquanto Vanderlan apresentou crescimento. “Com a experiência que tenho, acredito que a candidatura de Vanderlan tem um potencial muito grande para crescer”, destacou.

O enfoque a segurança pública de alguns candidatos à Prefeitura de Goiânia também foi criticado pelo governador. Segundo ele, a responsabilidade dessa questão é do Estado, e que o município pode atuar, mas complementando as ações do governo estadual. “O que vejo nesses debates é muita demagogia. As pessoas querem usar um tema que é muito preocupante para as pessoas para tentar ganhar voto. Eu não sei se esse discurso é o discurso mais adequado,” alfinetou.