JUSTIÇA

Ação no STF contra piso da enfermagem recebe reforço de novas entidades

Associação de combate ao câncer no Piauí pede para entrar como amicus curiae, após outras entidades

Ação no STF contra piso da enfermagem recebe reforço de novas entidades (Foto: Câmara dos Deputados)

Em meio à pressão do setor de saúde contra a lei que instituiu o novo piso da enfermagem no Brasil, mais uma entidade, a APCCAA (associação de combate ao câncer no Piauí), pediu para ingressar como amicus curiae (interessado na causa) em uma ação que pede a inconstitucionalidade do tema no STF (Supremo Tribunal Federal).

Além da associação do Piauí, a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade), que foi proposta pela CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde), já recebeu o apoio de entidades como as Santas Casas, hospitais filantrópicos e centros de diálise.

No pedido protocolado nesta quinta-feira (18), a APCCAA afirma que é uma instituição sem fins lucrativos, prestadora de serviços ao SUS e que trata quase 100% dos adultos e crianças com câncer no Piauí.

O hospital São Marcos, um dos braços de apoio da APCCAA, é remunerado pela tabela do SUS, e a instituição diz que os preços não são atualizados há 17 anos, contribuindo para aprofundar o déficit financeiro. Aliado a isso, os avanços da inflação no setor e a alta do dólar ampliaram o descompasso financeiro do hospital.

Pelas contas da entidade, o impacto orçamentário mensal do novo piso da enfermagem será de R$ 1,3 milhão, cálculo feito sem levar em consideração ajustes indiretos que serão necessários para adequar a política salarial, diz a APCCAA no pedido ao STF.

“As instituições filantrópicas e neste caso específico a APCCAA – mantenedora do Hospital São Marcos, já em situação de déficit financeiro, ao não disporem de meios de arcar com os custos imediatos decorrentes da lei em questão, se veem obrigadas a diminuir seu quadro de empregados ou, na pior das hipóteses, encerrar suas atividades”, afirma a entidade.