JUSTIÇA

Acusado de mentir, delator da antiga Hypermarcas repactua delação

O ex-diretor da Hypermarcas, rebatizada de Hypera Pharma, Nelson Mello repactuou seu acordo de delação com a…

ex-diretor da Hypermarcas, rebatizada de Hypera Pharma, Nelson Mello repactuou seu acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR). No ano passado, o órgão pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que anulasse a delação do executivo por omissão de informações. Nesta semana, porém, uma nova tratativa assinada com Mello foi encaminhada para homologação do ministro Edson Fachin.

A delação premiada do ex-diretor de relações institucionais do grupo faz parte de um pacote de quatro acordos ligados à antiga Hypermarcas assinados com a PGR, com multa total de R$ 1,095 bilhão. Como a coluna informou, as tratativas envolvem a multa mais alta da história da PGR aplicada a um único delator, no valor de R$ 1 bilhão. O alvo é o fundador da Hypermarcas, João Alves de Queiroz Filho, conhecido como Júnior. O valor referente ao acordo de Nelson Mello é de R$ 40 milhões.

Em sua delação anterior, Mello havia afirmado que repasses ilícitos tinham acontecido sem o conhecimento de Júnior. Ele também relatou o pagamento de propina a senadores do MDB por meio de um lobista, mas dizia não saber quem eram os beneficiários.

Provas obtidas pela PGR ao longo das investigações, entretanto, apontaram que o dono do grupo tinha conhecimento dos repasses e que os pagamentos contavam até mesmo com tabelas internas que relacionavam valores a cada um dos políticos. Com isso, a PGR pediu a rescisão da negociação em 2019. Segundo os envolvidos nas tratativas, as omissões foram “sanadas”.