Eleições 2022

Além de Goiás, oito estados e DF discutem candidatura avulsa ao Senado

Resolução do TSE de 2010 indicou a possibilidade de que a coligação para o governo não precise reproduzir a disputa do Senado.

Foto: Edilson Rodrigues - Agência Senado

A possibilidade do lançamento de “candidaturas duplas” no Senado tem movimentado as articulações e costuras de palanques entre pré-candidatos e todo o país. A brecha jurídica ainda está sob análise do Tribunal Superior Eleitoral, mas as movimentações, no Brasil e em Goiás, já acontecem.

Nas eleições deste ano, cada estado elegerá apenas um senador, que terá mandato até fevereiro de 2030. Por esse motivo, as alianças tem sido feitas com base na necessidade de construir uma única candidatura para o Senado.

Apesar disso, uma resolução do TSE de 2010 indicou a possibilidade de que a coligação para o governo não precise reproduzir a disputa do Senado.

Base de Caiado tem disputa pela vaga

O debate nessas eleições teve início com uma consulta feita pelo deputado federal goiano Delegado Waldir (União Brasil) à justiça eleitoral. O objetivo é saber se existe a possibilidade de partidos apresentarem candidatos ao Senado de forma avulsa, mantendo as coligações para disputas nos governos. Atualmente, a lei eleitoral veda apenas a formação de uma nova coligação para o Senado.

“Já existe uma decisão de 2010 sobre o assunto”, disse o Delegado Waldir à Folha de São Paulo, “mas pedi uma atualização porque houve mudanças na legislação eleitoral. Estamos em um novo cenário político em que os partidos precisam estar mais fortes”, concluiu.

O parlamentar busca uma candidatura ao Senado na chapa do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Entretanto, está na disputa com outros três pré-candidatos: Luiz do Carmo (PSC), João Campos (Republicanos) e Alexandre Baldy (PP).

Para ele, todos os pré-candidatos do campo de Caiado deveriam concorrer à vaga. Entretanto, ele afirmou que a ideia não é bem vista entre os outros postulantes e ressalta que não teme que mais candidaturas resultem em uma pulverização dos votos, o que poderia beneficiar a oposição ao governo do estado.

“O eleitor é independente, não tem mais essa história de curral eleitoral. Tenho votos de gente de centro-esquerda até o pessoal da extrema-direita”, disse o deputado.

A possibilidade ainda será analisada pelo ministro do TSE, Edson Fachin.

Outros oito estado e o DF podem ter candidaturas avulsas

Além de Goiás, a possibilidade de candidaturas avulsas ao Senado é avaliada em Minas Gerais, onde a base do pré-candidato a governador Alexandre Kalil (PSD) possui dois pré-candidatos: Reginaldo Lopes (PT) e Alexandre Silveira (PSD), que busca a reeleição.

Já no Rio de Janeiro, o cenário é mais complicado. O pré-candidato Marcelo Freixo (PSB) tem André Ceciliano (PT) e Alessandro Molon (PSB) com postulantes, mas o petista exige ser o único candidato da chapa, sob pena de não integrar a chapa para o governo.

Roraima, Pará e Mato Grosso, Pernambuco, Sergipe, Acre e Distrito Federal também não entraram em consenso sobre a vaga para o Senado e discutem a possibilidade.

Experiências anteriores

Essa não é a primeira vez que o debate sobre candidaturas avulsas ao Senado surge. Em 2014, a chapa do candidato a governador de Roraima, Chico Rodrigues, contou com dois candidatos a senador com apenas uma vaga em disputa, mas nenhum deles foi eleito.

Outro caso aconteceu em 2018, no Pará, quando a chapa de Helder Barbalho teve seis candidatos ao Senado com duas vagas na disputa. Nesse caso, dois apoiadores de Helder se elegeram.

Com informações de FolhaPress