OPERAÇÃO ZARATUSTRA

Alvo de operação, Iso Moreira vai pedir desbloqueio de bens à Justiça

"Deputado tem muita tranquilidade em responder sobre o seu patrimônio, sua história de vida. Não há nenhuma ligação dele com os postos de gasolina que forneciam combustível para a prefeitura de Alvorada"

Defesa de Iso Moreira vai entrar com recurso para desbloqueio de bens

A defesa do deputado estadual Iso Moreira (DEM) afirmou que irá entrar com o recurso de agravo de instrumento junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) contra o bloqueio de bens do parlamentar. Conforme noticiado no domingo (6), a justiça de Alvorada do Norte acatou ação de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) no âmbito da Operação Zaratustra e bloqueou cerca de R$ 10,5 milhões das contas do parlamentar do DEM e de outros envolvidos em suposto esquema de desvio de dinheiro público da prefeitura do município para um posto de gasolina da família de Iso.

A informação foi enviada pela assessoria do deputado, por meio do advogado Diogo Crosara. Segundo ele, a defesa afirma que a ação ajuizada pelo Ministério Público “parte de alguns fundamentos que não correspondem com a verdade. O deputado tem muita tranquilidade em responder sobre o seu patrimônio, sua história de vida”.

Ainda de acordo com Crosara, “não há nenhuma ligação dele com os postos de gasolina que forneciam combustível para a prefeitura de Alvorada. Esses fatos não tem nenhuma relação com o mandato dele e não tem nenhuma ilicitude por ele praticada”.

Relembre

O Ministério Público diz que sócios se revezavam na gerência do Posto Serra Bonita, em Alvorada do Norte, para manter o fornecimento de combustíveis por meio de contrato com a prefeitura municipal. A intenção era mascarar a relação de propriedade da família de Iso Moreira com o contrato com o município. A apuração culminou com a deflagração da Operação Zaratustra.

Ao Mais Goiás, o promotor de Justiça Douglas Fleury informou que foram feitas buscas na residência do deputado e de seus assessores, além do ex-prefeito de Alvorada. “Nós temos convicção de que aconteceu, inclusive temos várias provas nesse sentido. É desvio de dinheiro público naquele posto de gasolina que a família dos Moreira tem há muito tempo”, afirmou Fleury.

Segundo o MP-GO, entre junho de 2008 e agosto de 2009 Humberto Carlos Teixeira, um dos sócios do posto à época, conferiu amplos, gerais e ilimitados poderes da sociedade ao deputado Iso Moreira e ao então prefeito, Alessandro Moreira. Com isso, há indícios de que ambos “sempre tiveram por trás de todas as contratações públicas que envolveram o posto”.

Ainda de acordo com o promotor, após as investigações promovidas na Operação Zaratustra, que incluiu a apreensão de computadores e documentos, uma ação foi apresentada ao juízo de Alvorada do Norte.