André Fortaleza diz ser contra cotas para mulheres na Câmara de Goiânia e sessão acaba em discussão
Fortaleza participou da sessão da Câmara de Goiânia a convite do vereador Ronilson Reis, mas acabou sendo rebatido por parlamentares goianienses
Discurso do presidente da Câmara Municipal da Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (MDB), na Câmara de Goiânia gerou discussão em sessão realizada na manhã desta quinta-feira (24). O emedebista aparecidense minimizou criticas sobre ter cortado microfone da vereadora Camila Rosa (PSD) que gerou repercussão nacional.
Fortaleza participou da sessão da Câmara de Goiânia a convite do vereador Ronilson Reis (Podemos). O parlamentar de Aparecida pontuou que não houve registro de queixa-crime contra ele, o que, para ele, quer dizer que a conduta não se tratou de um crime. E disse se tratar de algo que acontece com todos os vereadores, inclusive aconteceu com ele na legislatura passada.
“Assédio?! É ridículo. Quem falou que foi assediada vai provar na Justiça. Os direitos iguais não podem ter regalias não. É contraditório. Mulher já provou que pode assumir qualquer função. Mulher não está na política porque não quer. Sou contra a cota de 30%”, disse André Fortaleza após justificar corte do microfone da vereadora durante sessão na Câmara de Aparecida.
Vereadores goianienses rebatem André Fortaleza
Ao citar a moção de repúdio ao ato, feito pelo vereador Mauro Rubem (PT), a vereadora Aava Santiago (PSDB), que presidia a mesa diretora no momento, interrompeu o presidente da Câmara de Aparecida de Goiânia e criticou o discurso dele.
“No dia em que celebramos 90 anos de conquista do voto feminino, o senhor sai da sua cidade, que deve ter muito mais coisa para fazer e vir na Câmara de Goiânia, insultar as mulheres e o parlamento. Volte para a sua casa. Aprenda a fazer política na sua casa. No parlamento goianiense o senhor não vai fazer isso”, bradou.
O vereador William Veloso (PL) rebateu as críticas de André Fortaleza ao sistema de cotas e disse que fez dois cursos superiores graças às cotas. “Há um contexto histórico. Estou representando um segmento nessa cadeira de rodas e tudo que eu queria era encontrar uma cidade sem obstáculos. Existe um desequilibrio, que deve ser corrigido com lei. (…) Não é benesse, é direito”, salientou.
Leia Klebia (PSC) criticou o que chamou de despreparo e falta de respeito do vereador aparecidense e lembrou dos 90 anos da conquista feminina ao sufrágio. “Isso [a fala de Fortaleza] é traumático. A cada dia que o senhor se retrata fica pior”, continuou.
André Fortaleza cortou microfone de vereadora durante discussão sobre gênero
André Fortaleza cortou o microfone durante uma discussão com a vereadora Camila Rosa em sessão do dia 2 de fevereiro. A parlamentar chegou a chorar após o incidente. Tudo começou quando Fortaleza se sentiu ofendido e rebateu uma postagem que a parlamentar fez nas redes sociais.
No Instagram, Camila escreveu e André leu: “As sessões da câmara municipal de Aparecida voltaram com tudo na manhã desta terça, 01. Usei meu espaço de fala para defender a importância da mulher na política e os direitos de todas as minorias que são rejeitadas e discriminadas na sociedade. Não toleramos mais preconceitos! Vou lutar até o fim pela igualdade e o respeito. O espaço político é de todos.”
Na ocasião André Fortaleza comentou ser contra cotas. “Não sou contra classe feminina, sou contra cota, contra oportunismo, ilusionismo. Por mim, não adianta, pode ser mulher, homem, homossexual.” A fala gerou repercussão nacional e chegou até o Senado Federal.