“Apesar dos Gomes, a crise foi resolvida”, diz Moro sobre fim do motim no Ceará
De acordo com o ministro, “prevaleceu o bom senso, sem radicalismos”; 241 pessoas foram assinadas durante os nove dias que durou a paralisação inconstitucional
O ministro Sergio Moro (Justiça) usou o Twitter para comentar o fim do motim dos policiais militares, no Ceará e responder, também, uma postagem de Ciro Gomes (PDT). Segundo o ex-juiz, a ação “só foi resolvida pela ação do Governo Federal, Forças Armadas e Força Nacional que protegeram a população e garantiram a segurança”.
Já em resposta ao ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), ele disse: “Explorar politicamente o episódio, ofender policiais ou atacá-los fisicamente só atrapalharam. Apesar dos Gomes,a crise foi resolvida.”
Antes, Ciro Gomes tinha postado que no Ceará estava o pior pesadelo de Bolsonaro e “seu capanga Moro”. “Generais, aqui manda a lei”, escreveu o pedetista.
A crise no Ceará só foi resolvida pela ação do Governo Federal, Forças Armadas e Força Nacional que protegeram a população e garantiram a segurança.Explorar politicamente o episódio, ofender policiais ou atacá-los fisicamente só atrapalharam.Apesar dos Gomes,a crise foi resolvida https://t.co/Y7eb5Cnp80
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 2, 2020
Ainda no domingo (15), Sergio Moro afirmou, sobre o fim do motim, que “prevaleceu o bom senso, sem radicalismos”. O saldo da paralisação inconstitucional foi de 241 pessoas assinadas durante os nove dias que durou a “greve”.
Recebo com satisfação a notícia sobre o fim da greve dos policiais no Ceará.O Gov Federal esteve presente, desde o início, e fez tudo o que era possível dentro dos limites legais e do respeito à autonomia do Estado.Prevaleceu o bom senso, sem radicalismos. Parabéns a todos
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 2, 2020
Gomes
Um dos momentos mais emblemáticos do motim foi quando o ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), foi alvejado por dois tiros. O senador licenciado tentava atravessar a barricada, colocada em um batalhão tomado por policiais encapuzados e amotinados em Sobral (CE), com uma retroescavadeira.
Destaca-se que, durante o motim, de 19 a 27 de fevereiro, houve uma média de 26,7 assassinatos por dia. Ou seja, foram 241 homicídios, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará.
Reflexos do fim
O motim só teve fim após os policiais amotinados aceitarem proposta de uma comissão de representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário daquele Estado. Destaca-se que o governo não acatou a reivindicação de anistia geral, conforme informou a Folha.
Além disso, 230 policiais militares investigados por participarem do motim foram suspensos por 120 dias. Eles ficarão fora da folha salarial no período e ainda deverão entregar armas e distintivos.
Ainda segundo o jornal, os casos serão investigados de forma separada. Nesta terça-feira (3), apesar do fim do motim, a Assembleia Legislativa do Ceará deve votar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe a anistia a militares que se envolvam em motim. A proposta é da governadoria.