Quadril

Após cirurgia, Lula dá os primeiros passos com andador antes da expectativa dos médicos

A operação ortopédica durou pouco mais de uma hora, das 12h às 13h13m. Ele passou por uma artroplastia total de quadril e colocou uma prótese híbrida, que tem parte fixada com cimento ósseo e outra encaixada diretamente no osso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido a uma cirurgia para a implantação de uma prótese no quadril direito, na tarde desta sexta-feira, no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília. A operação foi realizada sem intercorrências, segundo a equipe médica, e à noite ele já deu os primeiros passos, com a ajuda de um andador, no quarto para o qual foi transferido. A expectativa inicial era que o presidente só iniciasse leves caminhadas neste sábado.

A operação ortopédica durou pouco mais de uma hora, das 12h às 13h13m. Ele passou por uma artroplastia total de quadril e colocou uma prótese híbrida, que tem parte fixada com cimento ósseo e outra encaixada diretamente no osso. Sete médicos acompanharam a cirurgia. Roberto Kalil Filho, médico pessoal de Lula; Ana Helena Germoglio, médica da Presidência; e o ortopedista Giancarlo Polesello, que comandou a cirurgia, deram uma entrevista coletiva no fim da tarde.

O chefe do Executivo também passou por um procedimento para a correção da pálpebra. A intervenção para a remoção do excesso de pele ocorreu das 15h às 16h16m e foi realizada pela médica Eliana Forno. Esse procedimento não exige cuidados pós-operatórios complexos, segundo a equipe.

— Ele tinha alterações que atrapalhavam o dia a dia — afirmou Kalil, acrescentando que aproveitou-se, então, o efeito da anestesia geral a que o petista foi submetido para a realização da intervenção no rosto.

Polesello tinha a expectativa de que Lula conseguisse deixar a cama neste sábado para dar os primeiros passos, mas na noite de sexta o petista já havia firmado os pés no chão. Na coletiva, o médico afirmara que o presidente estava com forças nos membros inferiores e, por isso, a equipe planeja que ele se levantasse e se exercitasse “o mais rápido possível”.

— Isso porque evitam-se complicações. Desde que o paciente consiga, esteja consciente, recupere sua força muscular — explicou o médico.

À noite, Lula já havia falado de trabalho e política, contou Ana Helena ao portal g1.

Segundo Polesello, o presidente deve continuar sentindo dores fortes por duas semanas. Depois, elas devem diminuir, com expectativa de serem eliminadas até a sexta semana, disse o médico. Até lá, de acordo com ele, é esperado o paciente tenha uma “boa cicatrização” e que esteja “andando com carga total e equilíbrio para ter independência nas atividades do dia a dia”.

Alta até terça

A previsão é que Lula receba alta na segunda ou terça-feira e passe pelo menos três semanas despachando do Palácio da Alvorada. O presidente deve deixar o hospital podendo andar. O Palácio do Planalto prevê um período de quatro a seis semanas sem viagens do presidente.

De acordo com Ana Helena Germogli, a recomendação de permanência no Alvorada tem o objetivo de permitir a fisioterapia e manter alguns movimentos restritos. A médica também alertou para o risco de contaminação pela Covid-19, já que os casos estão em alta.

A meta de recuperação estipulada pelo governo é a COP 28, nos Emirados Árabes, marcada para o fim de novembro. Na volta, há previsão de uma passagem pela Alemanha. Estas são as próximas viagens previstas no calendário da presidência.

— Com certeza, o presidente estará autorizado a participar da COP — afirmou Kalil.

O presidente sofria desde a época da campanha presidencial, no ano passado, com intensas dores na cabeça do fêmur provocadas por uma artrose. Como paliativo, em julho, ele fez uma infiltração, quando o paciente recebe uma injeção de medicamentos diretamente na área afetada. Dias depois, realizou uma “denervação percutânea” no quadril direito, que usa substâncias para tentar eliminar as terminações nervosas que causam dor no paciente.

Nessa mesma época, Lula falou em sua live semanal que as dores o deixavam “irritado”, “nervoso” e de “mau humor”. Na transmissão da última terça-feira, o presidente contou que cogitou realizar o procedimento logo após as eleições, mas que temeu passar uma imagem fragilizada. Ao comentar sobre a recuperação, disse que não terá imagens suas usando andadores e muletas. A declaração provocou críticas.