OFÍCIO

Após críticas, SES pede formalmente que Major Araújo apresente propostas de máscaras mais baratas

Na internet, parlamentar afirmou que governo irá comprar produtos por preços acima dos praticados pelo mercado. Para ele, "questão já está respondida"

Jornalista Carol Mattos consegue na justiça retirada de posts do Major Araújo

A Secretaria de Estado da Saúde (SES Goiás) oficiou o deputado Major Araújo após publicações em redes sociais em que o parlamentar manifestou indignação pelo fato de o governo estadual ter publicado ato de dispensa de licitação para aquisição de máscaras hospitalares N-95 pelo valor de R$ 16,00 cada, sendo que ele teria localizado o mesmo produto pelo valor de R$ 3,00. O deputado discorda do ofício e diz que a “questão já está respondida”.

A pasta alega ter realizado pesquisa no portal de compras do governo federal, e de outros entes públicos, em lojas especializadas e diretamente em 35 empresas por e-mail ou contato telefônico para verificar os preços praticados e tentar aquisição dos equipamentos. Segundo o levantamento, o aumento na procura dos equipamentos deixou o comércio com estoques baixos, o que influenciou no aumento dos preços do modelo N-95.

O deputado explicou à reportagem do Mais Goiás que tem feito um trabalho de fiscalização. Ele argumentou que o governador Ronaldo Caiado chegou a gravar vídeos nas redes sociais ao lado de parlamentares da base do governo, com a colocação que “não iria aceitar preço abusivo de álcool em gel”. Para o parlamentar, Caiado acabou se contradizendo, pois está aceitando comprar produtos mais caros.

Por isso, a SES fez solicitação formal para que o deputado esclareça se há possibilidade de o Estado adquirir 78 mil máscaras da empresa Super EPI, conforme sugere o político em publicações nas suas redes sociais. O ofício está assinado pela chefe de gabinete da secretaria, Marielli Vieira Ribeiro.

Segundo a pasta, no site da empresa o produto não está disponível. A indisponibilidade também foi verificada por contato telefônico. A empresa alega que não há estoque dos produtos e que não há previsão de chegada de novos lotes. Além disso, a companhia informou que não atende encomendas dessa quantidade.

Dada a impossibilidade de compra, a SES ressaltou que irá retirar o processo de compra questionado pelo deputado desde que o mesmo consiga apontar como adquirir os itens pelo preço indicado. No documento, a secretaria demanda que a resposta seja feita em um prazo de 12 horas.

Por outro lado, o deputado afirma discordar do prazo exigido e disse que “a questão já está respondida para o público em geral que me questionou, não vou nem responder a eles. Toda a vez que eu ver eu vou questionar, esse é o meu papel de fiscalizador. Seu eu entender que há indícios eu vou questionar”, argumentou em entrevista ao Mais Goiás.

Após as colocações do deputado aos seguidores, conforme destacado pela reportagem nesta segunda-feira (6), o governo lançou um portal da transparência relativo às ações emergenciais desempenhadas na crise do novo coronavírus.