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Após prisões de militantes, bolsonaristas escolhem aplicativos mais seguros

Os aplicativos de mensagens Signal e Confide são conhecidos como alternativas ultrasseguras, embora menos populares,…

Os aplicativos de mensagens Signal e Confide são conhecidos como alternativas ultrasseguras, embora menos populares, em comparação com o WhatsApp. O segundo, inclusive, é utilizado pela Casa Branca, de acordo com informações da imprensa americana. O diferencial de ambos são os métodos de criptografia e a possibilidade de destruição automática de mensagens após a leitura.

Juntos, esses serviços somam mais de 10,5 milhões de downloads no Google Play. Nas duas últimas semanas, atraíram até três novos usuários próximos à família do presidente Jair Bolsonaro. Todos ingressaram na última quinzena de junho, após a prisão de Fabrício Queiroz e de militantes bolsonaristas.

Um dos recentes usuários do Confide é o advogado Gustavo Botto Maia, que passou a utilizar o aplicativo depois de ter sido alvo de busca e apreensão autorizada pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.

Ele é alvo da investigação do esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro, a quem representa desde as eleições de 2018. O Ministério Público (MP) já coletou provas de que Botto Maia esteve reunido em dezembro do ano passado com Márcia de Oliveira Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar, em Astolfo Dutra (MG). O encontro, que teria como objetivo discutir um plano de fuga para a família de Queiroz, também envolveu Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, acusado de ser o líder do grupo miliciano do Rio de Janeiro.

No Signal, ingressou recentemente Rogéria Bolsonaro, ex-mulher do presidente e mãe de Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro e possível companheira de chapa de Marcelo Crivella (Republicanos) na disputa pela Prefeitura carioca. Também entrou para o aplicativo Mateus Matos Diniz, lotado em um cargo ligado à Presidência da República.

Engenheiro e ex-aluno do escritor Olavo de Carvalho, Diniz foi um dos jovens recrutados pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) para erguer o aparelho digital do governo, chamado por opositores de “Gabinete do Ódio”. Os ataques feitos por bolsonaristas nas redes sociais e ao vivo, em protestos contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), estão na mira da Corte. Dois militantes, Sara Giromini e Oswaldo Eustáquio, chegaram a ser presos no mês passado. Na quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou um inquérito sobre fake news por mais seis meses.