Após troca na Petrobras, Bolsonaro diz que “semana que vem teremos mais”
São 11 integrantes no conselho da empresa, dois são militares da reserva. Na composição do quadro, dos 11, sete são indicados pelo acionista controlador, a União
No dia seguinte ao pedido de troca do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que “semana que vem teremos mais“. Ontem foi indicado para a presidência da estatal o general Joaquim Silva e Luna. “Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, semana que vem teremos mais. O que não falta para mim é coragem para decidir, pensando no bem maior para nossa nação”, disse Bolsonaro.
O presidente está em evento na EspCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exércitos), em Campinas (SP). Ele acompanha uma cerimônia para recepção de novos alunos. Nos anos 1970, o presidente foi aluno desta instituição. O evento público foi fechado para participação da imprensa.
A troca do comando da petroleira dependerá do aval do conselho de administração da empresa. Na noite de ontem, o Ministério de Minas e Energia enviou ofício à Petrobras solicitando a convocação de uma assembleia geral de acionistas para efetivar a mudança indicada por Bolsonaro. A pasta indicou a recondução dos demais integrantes do conselho.
São 11 integrantes no conselho da empresa, dois são militares da reserva. Na composição do quadro, dos 11, sete são indicados pelo acionista controlador, a União. Outros três nomes foram indicados por outros acionistas da empresa e um por funcionários da empresa. Há previsão de uma reunião do conselho na próxima terça-feira (23), mas a pauta do encontro não foi divulgada.
Ao longo da semana, com falas de Bolsonaro indicando que poderia trocar o comando da Petrobras, as ações da petroleira desabaram no país e em bolsas do exterior.
“O mais fácil é se acomodar, é se aproximar daqueles que não têm compromissos com sua pátria e assim usufruem de benesses. Da nossa parte, da minha equipe de ministros isso não ocorrerá. Acredito na minha pátria e entendo que tenho um dever a cumprir aqui como cada um de nós tem. E não deixarei passar esta oportunidade. Tudo devemos fazer pela pátria.”, disse Bolsonaro.
Neste sábado, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, defendeu a solicitação do presidente e disse que o governo “jamais irá intervir em preços e acredita no livre mercado”.
O governo @jairbolsonaro é 100% liberal na economia como já demonstrou desde 1 de janeiro de 2019.
O governo jamais irá intervir em preços e acredita no livre mercado.
O que existia era uma total falta de afinidade entre o PR e o Castello e a troca foi um fato isolado.— Fábio Faria 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 (@fabiofaria5555) February 20, 2021
“Se os nossos antepassados muito fizeram, temos que continuar fazendo. Esquecer aqueles que não têm amor pelo Brasil e prosseguir nessa luta”, continuou Bolsonaro em discurso aos alunos.
O presidente afirmou que “vivemos” em um país livre e que fará tudo para cumprir a Constituição e manter a democracia.
“Nunca a imprensa teve um tratamento tão leal e cortês como o meu, se é que alguns acham que não é desta maneira é porque não estão acostumados a ouvir a verdade”, disse Bolsonaro.
Desde o início do mandato, Bolsonaro fez inúmeros ataques a jornalistas e à imprensa.
Protesto contra STF
Apoiadores do presidente Bolsonaro realizaram um protesto contra o STF (Supremo Tribunal Federal) em frente a Escola Militar de Cadetes, na cidade de Campinas, SP, nesta sexta feira, 19.
O ato aconteceu no mesmo dia em que a Câmara decidiu por manter a prisão do deputado Daniel Silviera (PSL-RJ). Ele foi preso em flagrante por fazer ataques ao STF e a ministros da corte em um vídeo publicado nas redes sociais.