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Aproximação de Temer com Bolsonaro foi marketing, diz Eduardo Cunha

"Para se reinserir no processo político. Em busca do holofote, para ver se consegue ressurgir como unanimidade"

STF anula condenação de Eduardo Cunha na Lava Jato a 16 anos de prisão (Foto: Francisco Costa - Mais Goiás)

Para o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, a aproximação de Michel Temer (MDB) com Bolsonaro (sem partido) foi tentativa de marketing. “Para se reinserir no processo político. Em busca do holofote, para ver se consegue ressurgir como unanimidade.”

Segundo Cunha, Temer sempre teve “mania de unanimidade”. Ele destrincha: “Sempre foi candidato a unanimidade, mas não existe na política e nem na vida. Mas ele perdeu isso no processo de impeachment, pois o outro lado [da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)] taxou ele de desleal.”

Cunha conversou essa semana com o podcast Poder em Jogo, do Mais Goiás. Confira:

Vale lembrar, em setembro Temer ajudou Bolsonaro a  costurar a carta à nação – em que o presidente pede desculpas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Como resultado, houve uma diminuição da tensão com o judiciário após os atos de 7 de setembro e Temer foi convidado ao programa Roda Viva.

Temer informou na entrevista, ainda, ter dito a Bolsonaro que o discurso no feriado com incitações contra o ministro Alexandre de Moraes não combinava com um presidente. “Disse que não cabia dizer o que foi dito a um ministro. Não sei se caberia entre três e quatro pessoas”, completou.

Ainda segundo o ex-presidente, ele viu naquele momento uma chance de distensionar a situação. Apesar de admitir que assumiu a presidência após um impedimento, ele afirmou que o impeachment seria muito traumático para o País neste momento.