Apuração do caso do secretário de Luziânia será “rigorosa e isenta”, diz prefeito Diego Sorgatto
“Fui surpreendido com a divulgação do áudio no início da semana"
O prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto (União Brasil), comentou ao Mais Goiás o caso secretário de Saúde Divonei Oliveira de Sousa, que teve um áudio vazado em que ele diz ser “quem define” os que serão atendidos na fila de cirurgias do município. Segundo o gestor, a apuração será “rigorosa e isenta”.
“Fui surpreendido com a divulgação do áudio no início da semana, que não reflete, em momento algum, a orientação que sempre dei como prefeito e a prática observada na Secretaria de Saúde de Luziânia no tocante à regulação de cirurgias. Em todas as áreas, a minha determinação expressa sempre foi de fazer a coisa certa, seguindo à risca o que preconiza o SUS”, afirmou.
Segundo ele, assim que soube dos “excessos verbais contidos no áudio”, determinou a abertura de sindicância para apurar os fatos. Ainda de acordo com ele, a primeira pessoa a ser ouvida será a servidora envolvida no fato – que gravou o áudio. “Será uma apuração rigorosa e isenta e, ao final, ficando comprovada práticas irregulares, os responsáveis serão punidos.”
Vale lembrar, após a repercussão o secretário pediu afastamento do cargo. Em carta, ele afirmou que ocorreu “um excesso verbal dentro de uma discussão acalorada com uma servidora” e que a fala foi “tirada do contexto”.
Ainda segundo Divonei, “nunca houve nada de errado no tocante à regulação de cirurgias ou em nenhuma outra área”.
E mais: “Apesar disso, para não gerar nenhum tipo de constrangimento ao prefeito Diego Sorgatto, (…) e para que não surja nenhum tipo de ilação sobre possível interferência de minha parte na sindicância que está sendo aberta para apurar os fatos, resolvi entregar o cargo e me desligar da secretaria até que as apurações sejam concluídas.”
Sorgatto afirmou, também, que aceitou prontamente o pedido de afastamento do ex-secretário. “Uma atitude honrada e correta, que evitará qualquer ilação a respeito de interferência na apuração dos fatos.”
Mais informações
Vale citar, a prefeitura de Luziânia já iniciou uma sindicância para apurar o ocorrido por determinação do prefeito – como mencionado na própria carta do agora ex-secretário. O ofício é de 1º de junho, com destino à secretaria municipal de Administração, conforme informou a assessoria ao Mais Goiás.
Já o áudio o áudio do secretário foi gravado durante uma reunião com a diretora do Hospital Municipal do Jardim Ingá, Enilda Meireles. Também participou a servidora responsável pela gestão da agenda das cirurgias e consultas.
Durante a discussão, ele chamou a atenção da servidora pública que não concordou com ele. “Se tem dez cirurgias de vesícula, eu faço oito e duas eu faço acordo com o processo. Isso faz parte do jogo. (…) Você não vai ficar mais na marcação de consulta. Quem define sou eu. Se você não está concordando, isso não é problema meu”, afirmou no áudio veiculado pela imprensa, que foi gravado pela funcionária.
O Ministério Público, por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Luziânia, investigará o caso. A gravação ganhou repercussão em 1º de junho.
A prefeitura de Luziânia também se manifestou sobre as supostas definições para cirurgias. De acordo com a administração municipal, os critérios são do Sistema Único de Saúde (SUS). “A prefeitura de Luziânia informa que segue rigorosamente o critério de regulação do SUS nos atendimentos médicos no município. Todavia, será instaurado imediatamente uma sindicância para apurar a existência de alguma irregularidade, e assim tomar as providências cabíveis.”