BASTIDORES DA POLÍTICA

Articulador político de Vilmar Mariano não acredita em rompimento com Mendanha

Estremecimento na relação entre prefeito e ex-prefeito não abalará apoio durante as eleições em 2024, avalia Carlos Moreira

O secretário de Articulação Político da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Carlos Moreira não acredita em um eventual rompimento entre o ex-prefeito do município, Gustavo Mendanha (MDB) e o atual gestor da cidade, Vilmar Mariano (MDB). A declaração foi dada ao Mais Goiás, após Mendanha ter declarado ao portal que seu sucessor é o “candidato natural” da base caiadista para a reeleição, mas precisa “se viabilizar” para que o apoio seja consolidado.

“Não temos dúvidas que o nosso grande líder Gustavo Mendanha estará no projeto de reeleição do prefeito Vilmar Mariano”, disse Carlinhos Moreira ao Mais Goiás. “O prefeito Vilmar Mariano vai ser o candidato do grupo político encabeçado pelo Gustavo Mendanha, e pelo vice-governador Daniel Vilela”, salientou. 

De acordo com Carlinhos Moreira, seu foco principal junto a Vilmar Mariano é “articular o maior número de partidos para compor sua base política”. O entorno do prefeito destaca que a base de apoio ao projeto do prefeito pode chegar a 20, entre o União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, o Republicanos do deputado federal Jefferson Rodrigues, o PP, do deputado federal Adriano Baldy e até o PT, do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Mendanha coloca em xeque o apoio a Mariano

Ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e um dos principais cabos eleitorais do município, Gustavo Mendanha (PRD) volta a destacar ao Mais Goiás que não há “plano B” de sua base para o município, senão o seu sucessor: Vilmar Mariano (MDB). No entanto, o emedebista deve “se mostrar viável” para ter seu apoio durante o pleito em 2024.

Ao Mais Goiás, Mendanha reforça o critério das pesquisas eleitorais na definição dos candidatos, mas reforça que isso sempre foi uma das teses adotadas. “Assim como o governador [Ronaldo Caiado] está adotando critérios para escolha em Goiânia e esperando o momento certo para definir o candidato mais competitivo, o mesmo acontecerá em Aparecida”, pacifica.

“Se o governador diz que não pode perder em Goiânia, eu também não posso perder em Aparecida”, pontua. “O crivo não é só o meu. É a sociedade, a pesquisa, do Daniel [Vilela] e do governador. Todos queremos um candidato competitivo e cabe ao Vilmar correr atrás dos líderes e do trabalho para se viabilizar”, destaca Mendanha.

Gustavo chegou a colocar dúvidas sobre o apoio a Vilmar em uma reunião que o grupo teve há aproximadamente um mês no Palácio das Esmeraldas. Foi o estopim para o azedamento entre a relação de ambos. Com a presença do vice-governador Daniel Vilela (MDB), do ex-deputado federal Leandro Vilela – que deve assumir o MDB em Aparecida de Goiânia – e até com o secretário de Comunicação Gean Carvalho, o ex-prefeito reforçou que ainda precisa de novas pesquisas para cravar a viabilidade eleitoral de Vilmarzinho – como é chamado o prefeito.

Ele também minimiza um eventual estremecimento de sua relação com Vilmar Mariano. “Ele está no mandato e é o candidato natural para a reeleição. A bola está com ele. O que eu tenho dito é que ele precisa se mostrar viável. Acredito que não há grandes dificuldades nisso.”

A tese é a mesma exposta por governistas e fontes ligadas ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que o portal Mais Goiás ouviu ao longo dos últimos dias. O núcleo de Vilmar diz que não há preocupação e que resultados têm sido entregues e devem ser intensificados ao longo do ano. O problema, atestam, não é em relação à gestão e sim a alguns ruídos políticos que estão sendo calibrados.

Os trunfos de Mariano, de acordo com aliados

Para o núcleo de Vilmar Mariano, não há o que se criticar a gestão, mas reconhecem que há necessidade de ajustar os ponteiros da articulação política. “A administração é de continuidade. Não há porque criticar a gestão Vilmar sendo que quase todos os titulares que estavam com o Gustavo ainda permanecem na Prefeitura, nos mesmos postos. As mudanças feitas foram pequenas”, pontua.

O que falta, na avaliação de alguns, não é rumo de gestão e sim político. “Precisamos aparar arestas com relação a algumas situações de articulação política. Ainda assim, nossa situação é positiva”, salienta. O núcleo marianista destaca as construções partidárias feitas até agora. Nas contas de Vilmar, há entre 15 e 20 partidos que irão caminhar em seu projeto de reeleição.

O aliado de Vilmar Mariano provoca o seu principal concorrente: o deputado federal Professor Alcides que no momento polariza a disputa na pré-campanha. “Quais partidos já declararam apoio ao projeto do que está em primeiro lugar nas pesquisas?”, indaga. Até o momento, apenas o Avante, presidido pelo vereador Thialu Guiotti, de Goiânia, declarou apoio à eleição do parlamentar.

Conta à favor de Vilmar, o apoio das principais igrejas com forte eleitorado em Aparecida de Goiânia. A Universal, os Ministérios Vila Nova, Fama e Esperança, todos da Assembleia de Deus. Até o momento nenhum dos representantes indicou rompimento tampouco aceno ao projeto do deputado federal Alcides Ribeiro, o que mostra a força do atual prefeito entre o o segmento evangélico.