Política

As elites

Bom momento para mudança de atitude. De todos.

2016 termina com uma queda de braço entre os poderes. O Executivo sempre reinou soberano. Com a Constituição de 1988, o Congresso ganhou força. Muitas vezes, força demais, travando o Executivo e negociando a aprovação de projetos, no pior sentido da expressão. Agora, o Judiciário vem assumindo o papel de tábua da salvação, com as condenações e prisões de poderosos tanto do setor público, quanto do privado.

Por enquanto, tudo continua no mesmo lugar, com alguns tons de mudança. Os esquemas estão longe de serem destruídos ou desarticulados. É claro também que o Judiciário não é nem tábua de salvação, muito menos a solução para nossos problemas. O seu próprio poder vem sendo questionado. E ele reage mostrando que age politicamente. Quando quer.

Os três poderes são representantes legítimos de uma elite, que vem se distanciando do cidadão comum. Antes que alguém entenda mal, o eterno presidente Lula faz parte dessa elite também. Que isso fique claro.

O que o Brasil precisa é mudar essa estrutura, abrindo espaços para que a sociedade realmente decida e aponte soluções para os problemas. Não adianta mais fazer projeto de iniciativa popular com milhões de assinaturas, para ser alterado por dezenas de deputados.

O ponto de partida é um real sistema de participação. Os três poderes precisam se aproximar da voz rouca das ruas. As grandes manifestações dos últimos três anos não vem sendo ouvidas e devem ser mais do que mais um mantra para manter tudo como está.

Precisamos, todos, mudar de atitude.