ESTADO DE GOIÁS

Assinado decreto que autoriza retomada de atividades econômicas em Goiás

Governador destacou que busca compromisso da classe empresarial para que protocolos sejam respeitados

Foi assinado na manhã desta segunda-feira (13), decreto que autoriza a retomada de várias atividades produtivas pelos próximos 14 dias. A solenidade ocorreu no jardim do Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica. Autoridades destacaram que os protocolos de saúde não são adotados estão em oposição aos interesses econômicos e a colaboração dos empresários para que as determinações sejam seguidas à risca pelo comércio.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), argumentou que é inadmissível que a vida seja banalizada. Ele se lembrou que em 13 de março foi assinado o primeiro decreto para restringir o funcionamento de atividades produtivas. Na época, segundo ele, a decisão de fechar foi tomada porque Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia tinham, em conjunto, apenas 250 leitos de UTI. “Não poderia colocar a saúde da população em risco”.

Caiado argumentou que a maratona da Covid-19 é longa e parece interminável. O gestor estadual lamentou as 849 mortes no estado provocadas pelo novo coronavírus e fez um pedido para que a retomada dos próximos 14 dias não ocorra de forma desordenada. “Não é porque vamos ter a abertura de 14 dias que vamos ter algo desgovernado”, destacou.

“sabem mais o que nós mais queremos neste momento? Ter a diminuição do processo de contaminação, isso que é importante. Se chegarmos na capacidade máxima de leitos de UTI, a dificuldade será enorme. Não temos recursos humanos para expandir. Não cobrem o impossível. Essa é a parceria que busco com o setor empresarial, com a economia, com todos aqueles que têm compromisso”, destacou o governador.

Ronaldo Caiado reforçou que não fez a compra de nenhum teste rápido por não terem a confiabilidade necessária, destacada pelo Laboratório Central, o Lacen. Caiado ressaltou que em 78 municípios de Goiás haverá um trabalho com a Fiocruz para fazer testagens em massa. Ele pede que empresários custeiem testes para os funcionários.

Prefeito

O prefeito de Goiânia, Iris Rezende avaliou as medidas de fechamento que foram tomadas pelo governador Ronaldo Caiado. Iris disse que ficou espantado quando foi o fechamento do comércio foi decretado e que talvez não teria coragem para adotar essa medida.

“Quando ele assinou o decreto fechando tudo eu francamente me espantei um pouco. E agora? Goiânia é uma cidade que tem como principal item o comércio. Fiquei assim um tanto preocupado, mas entendi de imediato que o governador tomou uma atitude que muitos não fariam, talvez até eu mesmo não faria”, disse.

Iris completou destacando que assim como a prefeitura acompanhou ato de fechamento, também seguirá o mesmo na abertura e reforçou que a pandemia acabou mudando o comportamento das pessoas. “Goiânia está conscientizada. Fui dar uma volta para ver empreendimentos nossos, não vi pessoas sem máscaras. Não podemos permitir rodinhas, aproximações, temos que mudar periodicamente o costume de vida para que o vírus não encontre ambiente para se desenvolver”, argumentou.

Respeito aos protocolos

O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, pediu que não haja uma polarização entre Saúde e Economia. Ele destacou a necessidade de continuar com um distanciamento social para evitar uma proliferação ainda maior do novo coronavírus. O secretário ressaltou que o legado deixado em um momento crítico foi a expansão da regionalização da saúde.

“O distanciamento não deixa de ser importante, mas neste instante de normativas, é [critério] do consciente coletivo. Vamos seguir os protocolos, mas shows, teatros ainda não estão na hora. Por onde a pandemia passou no mundo e no Brasil ela cumpriu todas as suas etapas. Cabe ter a sensibilidade de perceber cada movimento”, destacou.

Durante a solenidade ao usar a palavra, o secretário estadual de Indústria e Comércio, Adonídio Neto reforçou que o escorço deve ser conjunto. “O principal é firmar um compromisso para cumprir todos os protocolos que estão sendo apresentados hoje. Estou com minha avó internada com Covid-19, a gente vai superar enquanto sociedade o momento que estamos passando”, afirmou.

Defesa da Ivermectina

O deputado federal Zacharias Calil (DEM), defendeu o uso de tratamento precoce, com invermectina e cloroquina para combater a Covid-19. O parlamentar diz que o assunto será discutido na Câmara dos Deputados. Calil disse que familiares tiveram a doença e tomaram os medicamentos e que também fez o uso dos remédios cuja eficácia ainda não foi comprovada e o uso é contraindicado pela Vigilância Sanitária.

“Uma posição de que o tratamento precoce diminua a quantidade de pacientes que possam ser internados. Eu tenho casos na família com Covid-19, pessoas que foram mandadas para casa. Logo depois entraram com a medicação. Muita gente fala que isso é balela, mas temos que dar uma resposta para o paciente. O tratamento precoce é o mais indicado para que a gente evite esse colapso”, destacou o deputado.

O governador Ronaldo Caiado respondeu Calil e disse que é preciso cumprir regras e a autorização para que instrumentos sejam aplicados. Ele ressaltou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não considerou comprovação científica.